Política
Vereador Alan Leal combate uso de boneca para simular presença de crianças de colo

Projeto veta ‘bebê reborn’ para obter vantagem no atendimento em Sumaré

Medida visa coibir fraudes na utilização de benefícios destinados a crianças de colo em serviços públicos e privados; autor da proposta, vereador Alan Leal aponta que prática tem ocorrido em unidades de saúde e no transporte público

A Câmara Municipal de Sumaré analisa um projeto de lei inédito que institui sanção administrativa para quem utilizar bonecas do tipo “bebê reborn” ou outros artifícios semelhantes com o objetivo de obter benefícios e atendimentos preferenciais reservados a crianças de colo na cidade. A proposta, de autoria do vereador Alan Leal (PRD), responde a denúncias de fraudes observadas em filas de postos de saúde, unidades de vacinação e até no transporte público.

Segundo o texto, fica configurada infração administrativa sempre que um cidadão utilizar deliberadamente esses artifícios com a intenção de se beneficiar de direitos como prioridade no atendimento, uso de assentos preferenciais e acesso a gratuidades ou descontos. A multa aplicada a infratores será de 100 Unidades Fiscais do Município de Sumaré (acima de R$ 470), dobrando em caso de reincidência. A lei ainda prevê que tentativas frustradas de obter os benefícios também serão punidas.

A fiscalização ficaria a cargo de agentes municipais, incluindo fiscais de posturas, policiais da Guarda Civil Municipal e servidores designados pelo Poder Executivo. O valor arrecadado com as multas seria destinado ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e investido em ações voltadas à primeira infância.

“O Projeto de Lei tem por objeto coibir a utilização dolosa de bonecas hiper-realistas - popularmente conhecidas como bebês reborn - ou de qualquer artifício que simule a presença de criança de colo para auferir benefícios, prioridades e facilidades legalmente assegurados a bebês e a seus responsáveis no âmbito do Município de Sumaré. Trata-se de conduta que, além de afrontar a boa-fé que deve reger as relações sociais e de consumo, sobrecarrega serviços públicos municipais, notadamente unidades de saúde, retardando o atendimento de pessoas que efetivamente demandam cuidado urgente”, afirma Alan Leal.

O parlamentar sustenta que a iniciativa atende princípios constitucionais do direito universal à saúde e prioridade da criança, “reforçando a dignidade da pessoa humana”. “Relatos e notícias demonstram a tendência do uso de boneca bebê reborn por diversas pessoas e evidenciam a necessidade de um dispositivo legal específico em Sumaré para desestimular fraudes e preservar o direito das crianças e das pessoas responsáveis por crianças de colo”, completa.


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