Justiça aceita denúncia contra dois ex-servidores de Monte Mor por crime de concussão
Wilson Amorim Sobral e Claudinei Aparecido Rodrigues são acusados de exigir vantagem indevida no exercício de cargos públicos; após inquérito policial, denúncia foi recebida pela 1ª Vara Criminal
A Justiça de Monte Mor aceitou denúncia criminal contra dois
ex-integrantes do alto escalão da Prefeitura Municipal. Wilson Amorim Sobral,
ex-chefe de Planejamento, e Claudinei Aparecido Rodrigues, ex-secretário de
Meio Ambiente e Agricultura, respondem por concussão, por supostamente exigirem
vantagens indevidas durante o exercício dos cargos públicos. Eles são acusados
de exigir valores para emitir licença para poda de árvores.
A denúncia foi recebida pelo juiz Gustavo Nardi, da 1ª Vara Criminal, que considerou haver “justa causa e elementos suficientes” no inquérito policial para o início da ação penal. A citação dos acusados já foi determinada. Na petição inicial, o magistrado também rejeitou pedido de diligências complementares solicitadas pelo Ministério Público, sob o argumento de que o próprio órgão possui prerrogativa legal para requisitar documentos e laudos diretamente de outras instituições.
Em junho de 2024, uma denúncia abalou o governo municipal de
Monte Mor. Em um boletim de ocorrência registrado, Rafael Donizete Rodrigues,
do bairro Chácaras Pindorama, relatou à Polícia Civil que estava sendo vítima
de extorsão por parte de funcionários da Secretaria de Meio Ambiente da cidade,
incluindo o secretário da pasta.
Segundo o relato de Rafael à Polícia Civil, a situação se
desenrolou com uma série de exigências financeiras ilegais para permitir a
continuidade de seu trabalho de poda e remoção de árvores na cidade. Ele
afirmou que, ao procurar o Fórum de Monte Mor no dia 14 de junho, denunciou o
suposto crime à Promotoria, mencionando especificamente que dois funcionários
da Secretaria de Meio Ambiente estariam envolvidos nas supostas práticas
ilegais.
Rafael relatou que os funcionários dificultavam
deliberadamente seu trabalho, exigindo pagamentos que variavam de R$ 50 a R$ 3
mil. Esses valores, segundo ele, eram pagos em dinheiro e via PIX, sempre em
locais marcados previamente. A vítima mencionou que a perseguição partia
principalmente de uma funcionária que continuamente dificultava sua atuação,
criando obstáculos para a execução das podas.
Rafael afirmou que o ex-secretário o ameaçou, dizendo que, se não pagasse R$ 3 mil, ele seria denunciado à Polícia Ambiental por realizar um serviço mal feito e poderia ser multado. A reportagem não conseguiu contato com as defesas dos acusados até o fechamento desta edição.
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