Política
Legislativo de Hortolândia tem alto gasto na região e é alvo de críticas sobre baixa efetividade das ações

Câmara de Hortolândia está entre as mais caras e que mais gastam na RMC

Com gasto recorde em 2024, Casa ultrapassa os R$ 35 milhões em custos e lidera entre as mais dispendiosas da Região Metropolitana de Campinas, revela TCE-SP; população cobra mais efetividade das ações do Legislativo hortolandense

Paulo Medina | Tribuna Liberal

A Câmara Municipal de Hortolândia alcançou em 2024 o maior gasto dos últimos seis anos, com R$ 35,3 milhões liquidados, segundo dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), por meio da ferramenta “Mapas das Câmaras”. Desde o início do monitoramento, em 2018, essa é a cifra mais alta registrada pelo Legislativo da cidade.

Na comparação com aquele ano, quando os gastos somaram R$ 26 milhões, houve um crescimento de 35,7%. Com 19 vereadores e um custo per capita de R$ 142,79, a Câmara de Hortolândia está entre os municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC) com maiores gastos, conforme levantamento feito pelo Tribuna Liberal em toda a RMC. O gasto atual supera inclusive o de cidades com população semelhante ou até mesmo maior.

Em 2023, o gasto havia sido de R$ 33,6 milhões. Em 2022, R$ 29,9 milhões. Ou seja, mesmo com a desaceleração econômica e os crescentes questionamentos sobre o papel e a produtividade das Câmaras Municipais, a tendência em Hortolândia é de aumento nas despesas.

Apenas Campinas e Paulínia superam Hortolândia em valor absoluto de gastos. No entanto, diferentemente de Hortolândia, ambas possuem justificativas orçamentárias: Campinas é a maior cidade da RMC, e Paulínia possui arrecadação bilionária por conta do setor petroquímico.

Já em Hortolândia, a população tem questionado os valores investidos na estrutura legislativa. Moradores apontam que veem pouco resultado prático das sessões e ações dos vereadores. “É muito dinheiro para um serviço que pouco chega até a gente. Quase não vemos projetos efetivos, fiscalização”, comentou Alice Mendes, moradora da Vila Real.

Para o autônomo Vladimir Dias, do Remanso Campineiro, há uma sensação de distanciamento entre a Câmara e as reais necessidades da cidade. “A cidade precisa de mais saúde, transporte e segurança, mas não sei de nenhuma medida concreta vinda dos vereadores”, critica. Nas redes sociais, críticas à Câmara têm se tornado comuns. O Legislativo não comentou o levantamento.

GASTOS DAS CÂMARAS DA RMC EM 2024

- Hortolândia: R$ 35,3 milhões

- Americana: R$ 31,1 milhões

- Sumaré: R$ 32,2 milhões

- Santa Bárbara d’Oeste: R$ 22,6 milhões

- Indaiatuba: R$ 20,7 milhões

- Valinhos: R$ 20 milhões

- Itatiba: R$ 19,5 milhões

- Vinhedo: R$ 11,1 milhões

- Jaguariúna: R$ 7,4 milhões

- Monte Mor: R$ 8,7 milhões

- Nova Odessa: R$ 6,6 milhões

- Cosmópolis: R$ 6 milhões

- Pedreira: R$ 2,7 milhões

- Holambra: R$ 3,9 milhões

- Engenheiro Coelho: R$ 2,5 milhões

- Santo Antônio de Posse: R$ 3,1 milhões

- Morungaba: R$ 1,6 milhão

- Artur Nogueira: R$ 3,2 milhões

*Paulínia: R$ 37 milhões — cidade com orçamento bilionário devido ao setor petroquímico

*Campinas: R$ 134 milhões — metrópole da região, com população e orçamento muito superiores

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