Menina de 2 anos morre após ataque de pitbull dentro de casa, em Hortolândia
Tragédia ocorreu na manhã desta segunda-feira (21), no
Jardim Amanda I, quando criança foi atacada por pitbull adotado pela família há
cerca de dois meses; Polícia Militar foi acionada por vizinhos e encontrou
animal ainda mordendo criança
Uma menina de dois anos morreu na manhã desta segunda-feira (21) após ser atacada por um cachorro da raça pitbull dentro da própria casa, na Rua Estácio de Sá, no bairro Jardim Amanda I, em Hortolândia. De acordo com a Polícia Militar, a corporação foi acionada por vizinhos e, ao chegar no local com uma equipe da Força Tática, encontrou o animal ainda atacando a criança. Os policiais tentaram intervir e, diante da gravidade da situação, efetuaram três disparos contra o cachorro, que só soltou a vítima após ser atingido.
A menina foi socorrida pelos próprios policiais e levada até
a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Amanda. Segundo a assessoria de
imprensa da Prefeitura de Hortolândia, ela chegou ao local já sem vida. A
criança, identificada como Valentina Olívia Da Silva Maciel, foi atacada no
quintal do imóvel.
O pitbull é um animal adulto e foi adotado pela família há
cerca de dois meses. No momento do ataque, tinha a mãe da criança na
residência, e o pai da menina havia saído para trabalhar.
Uma vizinha relatou que havia acabado de chegar do mercado
quando escutou os gritos de socorro. “Foi desesperador. Vi o cachorro agredindo
a criança, corremos, tentamos bater com madeira, mas ele não soltava. Liguei
para a polícia na hora. Só largou a criança depois dos tiros”, contou Poliana
Eduarda.
A Polícia Militar fez um alerta para que os tutores avaliem com cautela a adoção de um cão de qualquer raça, especialmente se houver crianças em casa. Segundo o Capitão da PM Boshi, “o problema não é a raça, mas o comportamento, o ambiente e os cuidados que se tem com o animal”, disse.
OUTROS ATAQUES
A região registrou recentemente outros ataques de pitbull.
Em junho, três crianças foram atacadas por um cachorro da raça pitbull enquanto
brincavam na área comum de um condomínio residencial, em Monte Mor. Segundo
relatos de moradores, o animal estava solto, sem focinheira e sem guia. Os
vizinhos tentaram conter o cachorro enquanto aguardavam o socorro.
As três crianças foram socorridas. Duas meninas, de 3 e 7 anos de idade, foram levadas à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Amanda, e a terceira criança, de 8 anos, foi encaminhada ao Hospital Municipal Mario Covas com ferimentos. Segundo o condomínio, todas as medidas administrativas cabíveis foram tomadas
AUMENTO DE CASOS
Os ataques de cães a pessoas têm se tornado uma preocupação crescente
nas cidades da região. De acordo com dados da Diretoria Regional de Saúde
(DRS-Campinas), o número de atendimentos médicos provocados por mordidas e
investidas caninas aumentou 26,5% entre janeiro e abril de 2025 na região de
Campinas, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Ao todo, 591 atendimentos foram registrados nos quatro
primeiros meses deste ano, contra 467 ocorrências no mesmo intervalo de 2024.
Isso representa uma média de cinco pessoas atendidas por dia na rede de saúde
da região em decorrência de ataques caninos. A maior parte dos casos envolve
cães domésticos soltos ou sem supervisão.
Acidentes envolvendo cães são comuns, principalmente no caso
de crianças, segundo estudo da Unicamp. Além de ferimentos agudos, as agressões
por cães podem causar fraturas, infecções, cicatrizes e traumas psicológicos. A
médica pediatra Michelle Marchi de Medeiros analisou todos os atendimentos de
crianças de 0 a 14 anos vítimas de agressões por cães realizados na Unidade de
Emergência Referenciada Infantil do Hospital de Clínicas da Unicamp, no período
de janeiro de 2010 a dezembro de 2019.
De acordo com o estudo, foram identificados 1.012
atendimentos do tipo no período analisado. Crianças do sexo masculino foram
mais acometidas (65,2% dos casos) que as do sexo feminino (34,8%) em acidentes
envolvendo cães. As lesões ocorreram com maior frequência na faixa etária de 7
a 14 anos, em um total de 498 pacientes (49,2%), seguida pelas faixas etárias
de 4 a 6 anos, com 268 pacientes (26,5%), e crianças de 0 a 3 anos, com 246
pacientes (24,3%). A maioria dos ferimentos localizava-se na cabeça ou no
pescoço (37,4%).
Deixe um comentário