Mau cheiro volta incomodar e Cetesb realiza vistoria na ETE Hortolândia
Moradores de bairros adjacentes relataram forte odor na noite desta segunda-feira (16); agência ambiental foi ao local e confirmou que cheiro ultrapassou os limites da estação de tratamento e adotará medidas legais; situação gera revolta
A reincidência do forte mau cheiro proveniente da Estação de
Tratamento de Esgoto (ETE) Jatobá, em Hortolândia, levou a Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo (Cetesb) a realizar uma nova vistoria no local na noite
desta segunda-feira (16). A inspeção foi feita após denúncias de moradores
incomodados pelo odor, que atingiu, mais uma vez, diversos bairros ao redor da
estação.
Segundo nota oficial da Cetesb ao Tribuna Liberal, a
fiscalização constatou que o odor estava presente “fora dos limites da
propriedade”, o que configura irregularidade. Com isso, a agência afirmou que
dará continuidade às “ações legais cabíveis” para responsabilizar a Sabesp e
mitigar o problema. A reportagem apurou que a Cetesb agora produzirá novo
relatório com possíveis sanções e poderá divulgar detalhes após a conclusão do
procedimento ainda em andamento.
A situação tem se repetido com frequência e gerado incômodo à população, especialmente nos períodos da noite. Os relatos dão conta de um cheiro forte e desagradável, semelhante ao de esgoto, chega a invadir residências e causar náuseas em alguns casos. Moradores pedem providências para que o problema seja resolvido. “Não dá mais para viver com esse cheiro. Toda semana é a mesma coisa. A gente fecha janela, liga ventilador, mas o cheiro entra do mesmo jeito”, relata Adalto Silva, morador da região.
Conforme o Tribuna Liberal já noticiou ao acompanhar o caso,
a Cetesb já aplicou quase R$ 1 milhão em multas contra a Sabesp devido à
emissão de odores fortes e constantes ao redor da Estação de Tratamento de
Esgoto Jatobá. Já foram lavradas 11 multas progressivas e duas advertências à
companhia entre novembro de 2024 e maio de 2025, totalizando R$ 962.886,00 em
penalidades.
As sanções foram motivadas pela emissão contínua de odores e o transbordamento de efluentes na lagoa de decantação da estação, o que tem afetado diretamente os moradores. A Cetesb exigiu da Sabesp relatórios técnicos detalhados com ações imediatas e um cronograma para eliminação dos odores. A companhia ambiental também destacou que manterá uma fiscalização permanente na ETE de Hortolândia até que as condições operacionais da unidade sejam totalmente regularizadas.
No fim de maio, o prefeito de Hortolândia, Zezé Gomes
(Republicanos), e o vice-prefeito Cafu César (PSB), convocaram o diretor
regional da Sabesp, Valdemir de Freitas, e a coordenadora da empresa no
município, Kelly Lopes, para cobrar providências. Durante o encontro, realizado
no Paço Municipal, o chefe do Executivo exigiu medidas imediatas para reduzir
os impactos do odor que tem incomodado moradores.
Segundo a Sabesp já havia informado, a ETE passa por obras
de ampliação, o que pode ter intensificado os odores na região. Ainda assim, a
empresa garantiu que está adotando providências técnicas para amenizar o
problema.
SOLUÇÃO APRESENTADA
O vereador Clodoaldo Santos da Silva (Podemos) apresentou uma moção de apelo à Sabesp exigindo a resolução do problema e propôs uma alternativa. O documento solicita a implantação de um sistema fechado de enclausuramento, com sucção de ar e tratamento em torres de lavagem, na ETE do município. Segundo o vereador, o mau cheiro afeta diretamente a qualidade de vida da população, causa desvalorização dos imóveis e prejudica a imagem da cidade.
O parlamentar destacou que a Sabesp já implantou soluções semelhantes
com sucesso nas ETEs de Santos e Campos do Jordão, reduzindo significativamente
a emissão de compostos como o sulfeto de hidrogênio (H₂S), principal
responsável pelo odor desagradável.
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