Ecoparque transforma ‘lixo’ em energia suficiente para abastecer 500 mil pessoas
Paulínia abriga o maior complexo de gestão sustentável de resíduos do Grupo Orizon no Brasil, onde os materiais recebidos são transformados em novos produtos como energia elétrica, combustíveis renováveis e fertilizantes orgânicos, um negócio que gera emprego, protege o meio ambiente e movimenta a economia circular
Um modelo de negócio que valoriza o lixo e promove o
desenvolvimento sustentável coloca Paulínia em destaque no Brasil quando o
assunto é gestão de resíduos e economia circular. É no município que funciona o
maior Ecoparque da Orizon, cuja estrutura é considerada uma evolução dos
aterros sanitários e vai muito além da atividade de receber, manejar e tratar
resíduos. Todos os materiais que chegam ao complexo ganham valor e são transformados
em novos produtos.
Da captação e purificação do biogás, nasce o biometano que
gera energia elétrica e combustível renovável. Das 4,5 mil toneladas de
resíduos que chegam ao Ecoparque, diariamente, são produzidos 22 megawatts de
energia elétrica/hora, volume suficiente para abastecer 500 mil habitantes,
segundo o engenheiro ambiental, Diogo Arantes, gerente regional de operações da
Orizon.
Materiais como plástico e papelão, por exemplo, passam pela
central de triagem, vão para a reciclagem e retornam à cadeia produtiva. O lodo
de esgoto vira fertilizante orgânico, após processo de compostagem. O chorume,
líquido altamente poluente, gerado pela decomposição de resíduos orgânicos, é
tratado e se transforma em água de reúso.
O volume de lixo que chega ao Ecoparque é produzido por cerca de 5 milhões de pessoas que moram nos 28 municípios da região de Campinas que utilizam os serviços da Orizon, dentre eles, Paulínia, Sumaré e Campinas. Instalado em uma área de 2,5 milhões de metros quadrados, o Ecoparque abriga um dos mais ambiciosos projetos de biometano do Brasil - o primeiro gerado a partir do biogás de aterro sanitário.
A operação é a maior dos 17 ecoparques administrados pelo
Grupo Orizon em 12 estados do Brasil, e um dos maiores do País, segundo a
empresa, que se consolida como referência na indústria de transformação de
resíduos e geração de energia renovável.
Pelo complexo passam, em média, 450 caminhões por dia para
descarregar resíduos de prefeituras, indústrias e shopping centers. O setor
público responde por 69% do lixo que chega ao Ecoparque, que gera 220 empregos
diretos e outros 35 indiretos.
“O Ecoparque é uma evolução da infraestrutura dos aterros
sanitários que são destinados, única e exclusivamente ao descarte do lixo.
Dentro do Ecoparque tem várias indústrias para valorização do lixo de diversas
formas. Aqui, extraímos o máximo da riqueza do lixo”, afirma Arantes.
Na planta de Paulínia são gerados 22 megawatts de energia elétrica por hora, volume suficiente para abastecer cerca de 500 mil habitantes, fruto da purificação do biogás de aterro sanitário, que é transformado em biometano, que produz, também, combustível renovável utilizado para abastecer as redes da Comgás (Companhia de Gás de São Paulo), empresa distribuidora de gás natural encanado na RMC (Região Metropolitana da Campinas).
BENEFÍCIO VERDE
Os benefícios do Ecoparque ao meio ambiente e para o
fortalecimento da economia circular são comprovados pelos números. Segundo
Arantes, com a purificação do biogás e sua transformação em biometano (que gera
energia e combustíveis renováveis) é evitada a emissão de 1,1 milhão de
toneladas de gás metano, por ano, na atmosfera, o que reduz a circulação de
gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global.
Esse volume gera créditos de carbono, que são
comercializados pela Orizon, cuja receita é direcionada para o Instituto Orizon
Social, entidade de investimento social privada da Orizon, focada no
desenvolvimento de jovens e na educação ambiental.
Com o reaproveitamento do lodo de esgoto - ao invés de
aterrar o efluente - são produzidas entre 1.500 e 1.800 toneladas de
fertilizante orgânico utilizadas por produtores agrícolas da região, que
compram o produto. O detrito recebido pelo Ecoparque vem de empresas de
saneamento como a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo), da BRK e da Sanasa, conta Arantes.
E até o chorume, aquele líquido mal-cheiroso e poluente,
resultado da decomposição do lixo orgânico, vira amigo do meio ambiente. No
Ecoparque da Orizon - ao invés de ser tratado e descartado, como acontece nos
aterros sanitários -, o detrito é processado e transformado em água de reúso.
Segundo o gerente regional de operações da Orizon, vão para
tratamento 800 mil metros cúbicos de chorume por dia. “Desse volume, de 40% a
50% são transformados em água de reúso que é utilizada nas nossas instalações
para lavar vias, banheiros, equipamentos, molhar a grama... Quando eu capto o
chorume e consigo tratar, estou empregando valor a esse efluente. Gero um
subproduto dele, ao invés de jogar fora”, assinala Arantes.
ECOPARQUE DE PAULÍNIA EM NÚMEROS
Área: 2,5 milhões de m²
Volume de resíduos recebido: média de 4.500 ton./dia
Volume gerado por cerca de 5 milhões de pessoas
Recebe em média 450 caminhões por dia de resíduos (24 x 7),
dos setores público (Prefeituras) e privado (indústria, shoppings centers,
dentre outros)
28 municípios atendidos, dentre eles: Paulínia, Campinas e
Sumaré
69% do resíduo recebido é público
Funcionamento: 24 horas, 07 dias por semana.
Tipos de resíduos recebidos: classe 2
220 funcionários diretos / 35 indiretos
22 megawatts de energia/hora gerada o que atende em torno de
500 mil habitantes
Geração de fertilizantes orgânicos: 1.500 a 1.800
toneladas/mês
Créditos de Carbono: aproximadamente 1,1 milhão de toneladas
de carbono equivalente evitadas por ano.
PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL RECEBE VISITA DE 6 MIL ESTUDANTES POR ANO
A educação ambiental da comunidade também é prioridade para
o Grupo Orizon. De acordo com Arantes, cerca de 6 mil estudantes visitam o
Ecoparque, em média, por ano. São alunos de escolas públicas e particulares
interessados em conhecer como funciona o complexo de valorização do lixo.
Durante as visitas, os estudantes recebem informações sobre a cadeia de resíduos, como a reciclagem, reutilização de materiais, legislação, economia circular e economia de baixo carbono. O trabalho educativo é realizado pelo Instituto Orizon Social, que conta com uma equipe especializada de educadores ambientais.
Geração de energia elétrica e combustível renovável por meio
da purificação do biogás de aterro sanitário
A visita tem duração
de aproximadamente 2h30. No passeio, os participantes têm a oportunidade de
explorar a temática da economia circular de maneira lúdica, através de
explicações, jogos e dinâmicas, além de conhecer a operação de um Ecoparque.
Arantes informou que o Instituto também realiza atividades
de capacitação sobre gestão de resíduos e economia circular para educadores da
rede pública de ensino da região. Visitas podem ser agendadas pelo site
https://institutoorizonsocial.org.br/ou pelo e-mail contato@institutoorizonsocial.org.br.
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