Pix movimenta R$ 11,5 bilhões na região em junho e bate recorde de transações
Em um ano, número de transferências rápidas nas seis cidades
da região cresceu quase 18%, somando mais de 24,8 milhões de operações; valores
enviados dispararam 24,75%; Sumaré lidera em montante e quantidade de
transações
Dados do Banco Central do Brasil, levantados a pedido do Tribuna Liberal, revelam que Sumaré, Hortolândia, Paulínia, Americana, Nova Odessa e Monte Mor apresentaram crescimento no uso do Pix entre junho de 2024 e junho deste ano.
Somados, os seis municípios da região realizaram 24.892.092
operações via Pix em junho de 2025, número 17,86% superior do que o registrado
no mesmo mês do ano passado, quando foram feitas 21.348.368 transações. Em
valores movimentados, o salto também foi considerável. No total, os seis
municípios movimentaram R$ 11.522.364.216,15 em junho de 2025, contra R$
9.237.162.878,65 no mesmo período do ano anterior — um aumento de 24,75% no
montante transferido por Pix. Os números indicam que o Pix caiu “no gosto
popular”.
Entre os municípios analisados, Sumaré lidera o ranking em
número de transações, com 7.310.669 Pix realizados em junho, seguido por
Hortolândia, com 6.336.520 transações, e Americana, com 5.425.703. Na outra
ponta, Nova Odessa registrou o menor número de transações: 1.446.462.
Quando o critério é o valor movimentado, quem assume as
primeiras posições é Paulínia, com impressionantes R$ 2.789.271.302,34
movimentados, mesmo com uma quantidade de transações inferior à de Sumaré.
Sumaré registrou R$ 2.828.035.129,94 em valores (maiores da região) e Americana,
R$ 2.745.601.641,13.
Nova Odessa foi a cidade com maior crescimento proporcional em valores transferidos: alta de 38,66%, ao passar de R$ 540,6 milhões para R$ 749,7 milhões em um ano. Considerando os números totais de junho, a região movimenta, em média, R$ 384 milhões por dia em Pix e realiza aproximadamente 830 mil transações diárias.
DIA A DIA
“Hoje em dia, faço tudo pelo Pix. Pago conta, envio dinheiro
para meus filhos, é instantâneo e muito prático”, disse Maria Souza, de 54
anos, moradora de Paulínia.
“Eu trabalho com vendas online e o Pix facilita muito meu
dia a dia. Na hora, o pagamento já cai e consigo organizar melhor meu caixa”,
conta Rafael Cabral, de 29 anos, morador de Sumaré.
“Antes precisava ir ao banco para transferir dinheiro, agora
tudo se resolve pelo celular em segundos”, afirma Luciene Costa, de 41 anos, de
Americana.
SEGURANÇA NO PIX
Apesar do crescimento contínuo do Pix, o Banco Central
alerta para a importância de medidas de segurança para evitar golpes e fraudes.
A recomendação é sempre confirmar o nome do destinatário antes de finalizar a
transação, ajustar os limites de valores junto à instituição financeira e
desconfiar de mensagens que pareçam suspeitas.
Além disso, o Mecanismo Especial de Devolução (MED) pode ser
acionado em casos de fraude comprovada. O BC mantém uma série de vídeos
educativos no YouTube e atualizações constantes sobre segurança em seu site
oficial.
A segurança do Pix é sustentada por seis pilares, incluindo
autenticação do usuário, rastreabilidade das transações e participação ativa de
instituições financeiras no gerenciamento de riscos.
Os novos dados de junho revelam que o Pix se consolida cada
vez mais como ferramenta para a economia regional, facilitando transferências
instantâneas e democratizando o acesso à movimentação digital de recursos. E a
tendência é de crescimento contínuo — com atenção redobrada à segurança.
Veja os números detalhados por cidade
Americana
Junho 2025: 5.425.703 transações | R$ 2.745.601.641,13
Junho 2024: 4.415.708 transações | R$ 2.167.045.483,60
Crescimento: +22,86% em transações | +26,68% em valores
Monte Mor
Junho 2025: 1.611.402 | R$ 568.020.523,27
Junho 2024: 1.305.247 | R$ 489.044.992,61
Crescimento: +23,45% em transações | +16,14% em valores
Sumaré
Junho 2025: 7.310.669 | R$ 2.828.035.129,94
Junho 2024: 6.034.909 | R$ 2.403.452.275,33
Crescimento: +21,16% em transações | +17,68% em valores
Paulínia
Junho 2025: 2.762.336 | R$ 2.789.271.302,34
Junho 2024: 2.252.456 | R$ 2.125.135.626,37
Crescimento: +22,63% em transações | +31,22% em valores
Nova Odessa
Junho 2025: 1.446.462 | R$ 749.714.753,09
Junho 2024: 1.169.420 | R$ 540.600.020,61
Crescimento: +23,65% em transações | +38,66% em valores
Hortolândia
Junho 2025: 6.336.520 | R$ 1.841.720.866,38
Junho 2024: 5.170.628 | R$ 1.512.883.480,13
Crescimento: +22,55% em transações | +21,76% em valores
HOMEM É CONDENADO POR SE APROPRIAR DE PIX ENVIADO POR ENGANO
A Justiça de Presidente Prudente, no interior paulista, condenou criminalmente um homem que, ao receber por engano uma transferência bancária via Pix no valor de R$ 1,4 mil, optou por não devolver o montante à verdadeira remetente, mesmo após diversas tentativas de contato. A decisão foi proferida pelo juiz José Wagner Parrão Molina, da Vara do Juizado Especial Criminal, e ainda cabe recurso.
A pena inicialmente estabelecida — detenção por 1 ano e 16 dias em regime semiaberto — foi substituída por pagamento de um salário mínimo vigente (R$ 1.518,00) a título de reparação à vítima.
ENTENDA O CASO
A mulher relatou à Justiça que, ao tentar pagar uma parcela
do financiamento de sua residência, digitou incorretamente a chave Pix do
destinatário, resultando no envio da quantia a um desconhecido. Ao notar o
erro, ela tentou contatar imediatamente o número vinculado à chave digitada.
Foi atendida uma vez, mas, ao explicar a situação, a ligação foi abruptamente
encerrada.
Homem gastou Pix que recebeu por engano e foi penalizado
Em seguida, a vítima fez novas tentativas, inclusive por
meio de outros números de telefone, mas todas as ligações foram finalizadas
assim que ela mencionava o motivo do contato. Além disso, as mensagens enviadas
ao celular vinculado à transação não foram respondidas.
Durante o processo, o réu reconheceu que recebeu o valor em sua conta e afirmou que o nome da remetente apareceu junto à transação. Alegou, no entanto, que não conseguiu localizá-la e acabou utilizando o dinheiro. Também declarou que sua chave Pix era o número de seu telefone antigo, do qual não possuía mais o chip.
AVALIAÇÃO JUDICIAL
Para o magistrado, as evidências apresentadas — como o
comprovante da transferência e os registros de tentativas de contato —
demonstraram de forma clara a intenção do réu de se apropriar do valor, o que
configura o crime de apropriação de bem recebido por erro, previsto no Código
Penal.
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