Unicamp firma TAC com MPT para obter AVCB para Hospital Estadual Sumaré
Atual gestora do HES, universidade assinou Termo de Ajustamento de Conduta com Ministério Público do Trabalho para regularizar Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros da unidade
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) assinou Termo
de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) para
regularização das condições de segurança do Hospital Estadual Sumaré (HES). O
compromisso tem como objetivo principal a obtenção do Auto de Vistoria do Corpo
de Bombeiros (AVCB), documento que atesta que a edificação cumpre as normas de
prevenção e combate a incêndios.
O TAC estabelece prazo inicial de 180 dias para que a
Unicamp providencie e mantenha atualizado o AVCB junto ao Corpo de Bombeiros.
Caso necessário, o prazo poderá ser prorrogado mediante apresentação de
justificativa, como a necessidade de novas adequações exigidas pela corporação
ou fatores externos, como por exemplo atrasos de fornecedores ou condições
climáticas adversas.
“Obter, junto ao órgão competente, o Auto de Vistoria do
Corpo de Bombeiros – AVCB, mantendo-o atualizado (...) prazo de 180 dias. O prazo
indicado poderá ser prorrogado a critério da Procuradora do Trabalho oficiante,
mediante apresentação de justificativa e juntada de documentação que comprove a
necessidade de novas adequações solicitadas pelo Corpo de Bombeiros”, traz
trecho do TAC o qual o Tribuna Liberal teve acesso.
A Unicamp, que atua oficialmente como gestora do HES,
assumiu a responsabilidade integral pelo cumprimento do acordo enquanto durar
sua gestão, prevista ao menos até 31 de julho. Em caso de renovação do convênio
com o HES, a universidade seguirá vinculada às obrigações do TAC. Se houver
substituição de gestão, a Unicamp deverá comunicar o MPT em até cinco dias
úteis, garantindo a transferência das responsabilidades ao novo gestor.
O TAC possui eficácia de título executivo extrajudicial,
podendo ser cobrado judicialmente em aso
de descumprimento. A multa estipulada é de R$ 5 mil mensais, reajustáveis, e os
valores arrecadados serão destinados ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos
(FDD) ou a entidades sociais indicadas pelo Ministério Público.
O MPT destacou que eventual cobrança de multas não isenta a
Unicamp das demais obrigações previstas no termo, nem impede a aplicação de
penalidades por outros órgãos de fiscalização, como o Ministério do Trabalho, a
Vigilância Sanitária e o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST).
Além de representar passo para garantir a segurança de
pacientes, funcionários e visitantes do HES, o cumprimento do TAC visa adequar
a gestão hospitalar às exigências legais e regulamentares. O termo tem vigência
imediata e duração indeterminada.
O acordo foi assinado pelo reitor da Unicamp, professor doutor Paulo Cesar Montagner, e pela procuradora do Trabalho Fabíola Junges Zani.
OUTRO LADO
A Procuradoria Geral da Unicamp informou que o cronograma de
cumprimento do TAC está dentro dos prazos estabelecidos. “O recurso foi
destinado pela Secretaria de Estado da Saúde e a Unicamp”, disse.
MANUTENÇÃO DA UNICAMP NA GESTÃO DO HES PODE ACONTECER
Em visita a Sumaré no último fim de semana, o governador
Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que “tudo caminha” para a Unicamp
seguir na gestão do Hospital Estadual Sumaré (HES). A sinalização do chefe de
Estado ocorre em meio a realização de um chamamento público para selecionar
quem vai gerir a unidade estadual de referência em Sumaré. A Unicamp é uma das
concorrentes no chamamento e está no comando do HES há 25 anos.
Segundo Tarcísio, o processo é necessário para “resolver uma
situação jurídica”, já que o atual contrato com a Unicamp foi classificado como
um “vínculo contratual frágil” e atende a um apontamento do Tribunal de Contas
do Estado (TCE-SP).
Tarcísio reforçou que a universidade sempre pôde participar
da disputa. “Eu sempre disse: a Unicamp pode participar (do chamamento). É o
que está acontecendo, ela está participando do chamamento. Vencendo o
chamamento, ela continua, só que, obviamente, tem outras métricas no contrato,
fica mais fácil também de a gente cobrar determinados resultados”, declarou.
O contrato atual se encerra em 31 de julho. De acordo com a
Secretaria Estadual de Saúde, a confirmação oficial sobre a manutenção da
Unicamp à frente do HES só será possível após a finalização do chamamento e a
divulgação do resultado final.
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