Região inicia inverno com 21 mortes e 17 mil casos confirmados de dengue
Mesmo com a chegada das temperaturas mais baixas, epidemia ainda demanda alerta; dados do governo estadual apontam que somente em Hortolândia, já são 6.285 casos e Sumaré lidera em óbitos, com 13 ocorrências neste ano
Apesar da chegada do inverno na noite desta sexta-feira
(20), a epidemia de dengue continua avançando na região. Dados da Secretaria
Estadual de Saúde indicam que os municípios de Hortolândia, Sumaré, Paulínia,
Monte Mor e Nova Odessa somam 21 mortes e mais de 17 mil casos confirmados da
doença.
Hortolândia lidera em número de infecções, com 6.285 casos
registrados até o momento, além de três mortes confirmadas. Em seguida vem
Sumaré, que, embora tenha um número menor de casos (5.400), apresenta o maior
número de óbitos: 13 vítimas fatais da dengue desde o início do ano.
Paulínia também registra números significativos, com 3.526
casos e uma morte confirmada. Já Monte Mor contabiliza 1.131 casos e duas
mortes. Nova Odessa, por sua vez, tem o menor número de casos da região: são
758 infecções e dois óbitos.
Em relação a março, o avanço da dengue foi acelerado na
região. Em março deste ano, a soma dos casos nos cinco municípios girava em
torno de 3.600. Agora, em meados de junho, esse número ultrapassa 17 mil — um
aumento de mais de 370% em apenas três meses.
O crescimento exponencial chama a atenção pelo fato de
ocorrer mesmo com a chegada das temperaturas mais baixas, período em que
normalmente há uma redução na incidência do mosquito Aedes aegypti, transmissor
da doença.
Autoridades de saúde alertam que, embora o inverno costume
reduzir a proliferação do mosquito por conta do clima mais seco e frio, as
condições climáticas atípicas — como chuvas fora de época e temperaturas acima
da média — têm favorecido a manutenção dos criadouros e a transmissão do vírus.
A situação tem exigido esforços constantes de vigilância, ações de controle e
campanhas de conscientização para eliminar focos do mosquito nas residências e
espaços públicos.
A população é orientada a redobrar os cuidados, eliminando recipientes que possam acumular água parada, mantendo caixas d’água bem fechadas e usando repelente em áreas com maior incidência da doença. Os municípios seguem com mutirões, visitas casa a casa e distribuição de material informativo, mas reforçam que o combate ao mosquito depende também da colaboração de todos os moradores.
PRIORITÁRIAS
As cidades de Sumaré, Hortolândia e Paulínia foram incluídas
pelo Governo Federal no pacote de medidas prioritárias de enfrentamento à
dengue. A ação faz parte de um plano nacional que contempla 80 municípios
brasileiros com maior incidência ou risco de agravamento da doença, com foco na
redução de casos graves e óbitos.
Dentre as medidas anunciadas, está a instalação de centros
de hidratação em todo o país, com capacidade para 100 leitos cada, totalizando
um investimento de R$ 300 milhões.
As cidades prioritárias também recebem apoio para ampliar a
cobertura vacinal contra a dengue, com ações como busca ativa de pessoas não
vacinadas e monitoramento de estoques, além da garantia de abastecimento das
doses.
RAIO-X DA DENGUE NA REGIÃO EM 2025
Hortolândia: 3 mortes e 6.285 casos
Monte Mor: 2 mortes e 1.131 casos
Nova Odessa: 2 mortes e 758 casos
Paulínia: 1 morte e 3.526 casos
Sumaré: 13 mortes e 5.400 casos
OVOS DO MOSQUITO PODEM PERMANECER VIÁVEIS, DIZ ESPECIALISTA
São Paulo enfrenta uma das piores epidemias de dengue dos
últimos anos. Com a chegada do inverno, o alerta continua. Mesmo em períodos
mais frios, os ovos do mosquito Aedes aegypti podem permanecer viáveis por
meses e eclodir quando as condições climáticas se tornam favoráveis.
“A prevenção deve ser contínua. Mesmo fora do verão, é
essencial eliminar focos de água parada e ficar atento aos sintomas”, alerta
Luciana Campos, infectologista. “O diagnóstico precoce é decisivo para o
tratamento adequado, por isso a importância dos exames laboratoriais para
detectar o vírus logo nos primeiros dias de infecção”.
A especialista
reforça que a imunização é uma aliada importante na contenção da doença. “O
ideal é que todos que estejam no grupo elegível busquem a vacinação, disponível
na rede pública e privada. Ela reduz significativamente o risco de formas
graves e da reinfecção por sorotipos diferentes”, afirma Luciana.
A infectologista
reforça a importância de medidas simples e diárias para evitar a proliferação
do mosquito. “O Aedes aegypti se desenvolve em ambientes úmidos e quentes,
comuns nas regiões com temperaturas elevadas e chuvas intensas, favoráveis à
eclosão dos ovos com as larvas do mosquito. Por isso, a atenção constante e a
eliminação de focos de água parada são essenciais para evitar o aumento dos
casos de dengue”, alerta a médica.
Luciana destaca a importância de procurar atendimento médico
assim que os sintomas surgirem. “Buscar um diagnóstico preciso é fundamental
para garantir um tratamento adequado e evitar complicações. Exames
laboratoriais são essenciais para identificar corretamente qual doença está em
questão”, afirma.
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