Pai e filho são presos em Paulínia por armazenar pornografia infantil
Apuração do caso só foi possível através de cooperação internacional envolvendo empresas norte-americanas proprietárias de redes sociais, como Twitter e Instagram, e a Polícia Civil; acusados utilizavam outros nomes em compartilhamentos
Cézar Oliveira | Tribuna Liberal
A Polícia Civil prendeu, na manhã desta sexta-feira (21), um
pai, de 56 anos, e o filho, de 26, por armazenamento de pornografia
infanto-juvenil, em Paulínia. Os agentes cumpriram mandado de busca e apreensão
na casa dos acusados, localizada em um condomínio no Jardim Planalto, durante
uma investigação que combate esse tipo de crime contra crianças e adolescentes.
De acordo com as informações da DIG (Delegacia de
Investigações Gerais) de Campinas, a equipe realizou a perícia no local. Muito
material ilícito, entre fotos e vídeos, foi encontrado nos celulares e outros
aparelhos eletrônicos dos suspeitos.
A investigação foi possível a partir de uma cooperação
internacional entre as empresas norte-americanas donas de redes sociais, como
Twitter e Instagram, e a Polícia Civil. A apuração do caso foi realizada a
partir de relatos dessas empresas responsáveis por plataformas de redes
sociais. Elas são obrigadas, por lei, a informar às autoridades americanas
quando encontram indícios de exploração sexual infantil, principalmente
compartilhamento de conteúdo envolvendo crianças e adolescentes.
Para isso, os sites utilizam um sistema automatizado, que
informa aos agentes quando existe conteúdo suspeito. Esse material passa por
uma revisão e é elaborado um relatório que é remetido à autoridade policial
americana, que, então, envia ao Ministério da Justiça brasileiro. Em seguida, a
informação chega à Polícia Civil local.
A partir desses relatos, os agentes da DIG conseguiram
chegar a uma determinada linha telefônica ou provedor de internet que indicava
de onde era feito o armazenamento e compartilhamento desse tipo de conteúdo,
conforme explicou o delegado Luiz Fernando Dias de Oliveira. O trabalho de
campo fez com que eles chegassem até a casa no Jardim Planalto, em Paulínia.
O delegado falou sobre as apreensões. “Tanto no celular do
pai quanto no celular do filho, assim como nos computadores de pai e filho e em
mídias externas, como HD e pen drives, foi encontrado farto material
pornográfico infanto-juvenil sendo armazenado por ambos, caracterizando a
situação flagrancial, assim como indícios de que os dois compartilhavam esse
material com terceiros, o que configura mais um crime”, contou o delegado.
Ainda de acordo com Luiz Fernando, havia registros desse
tipo de armazenamento desde abril de 2024 e uma das plataformas utilizadas para
realizar os crimes era o Telegram. Pai e filho utilizavam outros nomes para
fazer o compartilhamento, o que dificultou as investigações.
A partir da perícia realizada no material encontrado, as
investigações devem seguir para identificar outras pessoas que com eles
compartilhavam esse conteúdo e até os responsáveis pela produção ilícita.
Os suspeitos foram levados para a Deic (Divisão de
Investigações Criminais) em Campinas e presos em flagrante pelos crimes de
armazenamento e compartilhamento de conteúdo envolvendo menores. As penas
somadas podem chegar a dez anos de prisão.
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