Educação
Órgão relatou más condições na Escola Municipal Professor Lázaro Gonçalves Teixeira, no Jardim Santo Antônio

TCE aponta caos nas escolas de Monte Mor; até caixa d’água fica sem limpeza

Relatório do Tribunal de Contas do Estado mostra uma série de irregularidades em escolas municipais, que sofrem com salas de aula lotadas, problemas estruturais, de segurança e pedagógicos; faltam equipamentos básicos e dedetização

Paulo Medina | Tribuna Liberal

A educação municipal de Monte Mor vive um cenário de precariedade. Isso porque um relatório do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), fruto de uma fiscalização operacional, identificou falhas em diversas unidades escolares, tanto no aspecto estrutural quanto pedagógico e de segurança sanitária.

Entre os pontos mais críticos está a falta de limpeza de caixas d’água e de dedetização, que, em algumas escolas, não eram realizadas há mais de seis meses — um risco direto à saúde dos alunos. Além disso, faltam telas de proteção contra insetos nas cozinhas, há merendeiras sem equipamentos de proteção individual, e a oferta de frutas na merenda foi reduzida.

A Escola Municipal Leonardo Rodrigues da Silva, do São Clemente, relatou ao TCE que os kits escolares não duram o ano letivo e são de baixa qualidade, além da ausência de calçados adequados para as merendeiras.

Na Escola Municipal Maria Tonin, do Jardim Panorama, a situação é ainda mais preocupante: a escola não possui Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), extintores de incêndio e há vasos sanitários sem assento. A pintura está danificada e há desníveis, colocando a integridade física dos alunos em risco.

Na Escola Municipal Lázaro Gonçalves Teixeira, do Jardim Santo Antônio, o TCE encontrou cabines de banheiro sem assento e descargas com válvulas danificadas, o que compromete a higiene. Já na Escola Municipal Aurélio Trasferetti, do Jardim Progresso, faltam lápis de cor no kit escolar, os alimentos são armazenados de forma inadequada e há sinais de infiltração nas paredes.

Segundo o TCE, ainda há falta de estrutura pedagógica. O relatório aponta que nem todas as escolas têm Projeto Político Pedagógico (PPP) atualizado, e muitas unidades que oferecem o Ensino Fundamental não contam com laboratório de informática nem acesso à internet.

O TCE também observou turmas com número de alunos acima do recomendado pelo Conselho Nacional de Educação, tanto na Educação Infantil quanto no Ensino Fundamental, comprometendo o processo de aprendizagem. O cenário exposto no relatório escancara os problemas da educação pública municipal e demanda resposta do poder público.

Neste cenário, pela segunda vez seguida, as contas do exercício 2023 do ex-prefeito Edivaldo Brischi (PSD) foram rejeitadas pelo TCE. O parecer prévio desfavorável aponta graves irregularidades nas áreas de planejamento, execução orçamentária, educação, saúde, previdência, controle interno e transparência.

Tribunal dá prazo até 2026 para Monte Mor cumprir apontamentos na Educação

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) estabeleceu um prazo até 2026 para que a Prefeitura de Monte Mor adeque a Secretaria de Educação às recomendações feitas durante auditoria realizada em 2024. Os apontamentos foram feitos ao final do comando da administração anterior.

Segundo a Secretaria Municipal de Educação, a equipe técnica do TCE retornou ao município em abril deste ano para uma nova visita de acompanhamento. Na ocasião, foi concedido o novo prazo para que a prefeitura corrija os problemas identificados.

“A Secretaria de Educação de Monte Mor informa que os apontamentos do Tribunal de Contas citados foram feitos em 2024 durante a gestão anterior do município. Em abril deste ano, o TCE retornou a Monte Mor e deu prazo até 2026 para a Educação cumprir com os apontamentos”, afirmou a pasta.

Ainda de acordo com a secretaria, as ações corretivas já começaram a ser implementadas, e parte das exigências está sendo cumprida de forma gradual.



Deixe um comentário