Coluna Direito Médico e da Saúde – Por Lanna Vaughan Romano*
Boas práticas médicas e a prevenção de processos ético-profissionais: Orientações essenciais ao médico no âmbito do CRM
No exercício da medicina, o risco de ser alvo de uma denúncia ou processo ético-profissional perante o Conselho Regional de Medicina (CRM) é uma realidade que preocupa muitos profissionais. A relação com o paciente, a responsabilidade técnica e a conduta ética são elementos centrais que podem, se mal geridos, levar o médico a enfrentar procedimentos disciplinares. Este artigo traz orientações práticas para médicos prevenirem esse tipo de situação.
A relação médico-paciente: comunicação é chave
Grande parte das denúncias surge de falhas de comunicação. Quando o paciente se sente ouvido e bem orientado, as chances de conflito diminuem. É essencial que o médico mantenha um diálogo claro, registre todas as orientações no prontuário e trate o paciente com empatia e respeito, mesmo diante de limitações clínicas ou estruturais.
Prontuário bem preenchido é defesa eficaz
O prontuário é a principal ferramenta de defesa do médico.
Ele deve ser preenchido de forma completa, cronológica e objetiva. O Conselho
Federal de Medicina exige que os registros sejam legíveis e contenham todas as
informações relevantes do atendimento. Em caso de sindicância ou processo, é
esse documento que comprovará a conduta do profissional.
O papel do consentimento informado
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido é fundamental quando há riscos previsíveis ou procedimentos invasivos. Ele deve ser explicado de forma clara e assinado pelo paciente. Além de garantir a autonomia do paciente, é uma medida de proteção para o médico.
Conhecimento dos próprios limites e estrutura
Atuar fora da área de especialidade ou em condições técnicas inadequadas pode gerar responsabilização ética. Caso a estrutura do local não permita atendimento seguro, o médico deve registrar a situação e comunicar formalmente à direção técnica.
Ética nas relações profissionais
O respeito entre colegas e com instituições é previsto no
Código de Ética Médica. Comentários ofensivos ou desabonadores, inclusive em
redes sociais, podem gerar sindicâncias. O médico deve manter postura
profissional e sigilo, mesmo em situações de conflito.
Assim, para concluir é necessário frisar que o médico que
adota uma postura ética, registra adequadamente os atendimentos e mantém uma
boa comunicação com seus pacientes está menos sujeito a processos e denúncias
nos CRMs. A prevenção é o caminho mais seguro para uma prática médica tranquila
e protegida.
*Lanna Vaughan Romano é advogada, inscrita na OAB/SP desde
2009, Presidente da Comissão de Direito Médico da OAB/Sumaré, pós-graduada em
Direito da Farmácia e do Medicamento, Direito Médico, Direito Penal Econômico e
Europeu pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra-Portugal, Direito
Público pela Universidade do Sul de Santa Catarina.
E-mail: dra.lannaromano@gmail.com
End.: Rua Dom Barreto, nº1.380, Centro, Sumaré/SP.
Rede social- instagram: dra.lanna_vaughan
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