Fiscalização na saúde termina na Polícia Civil em Monte Mor
Servidora comissionada acusa Wal de invasão e agressões na
Secretaria de Saúde; vereadora nega, chama BO de ‘mentiroso’ e diz que caso é
‘tentativa de silenciamento’; caso expõe embate político
Uma fiscalização da vereadora Wal da Farmácia (PSB) na área
da saúde municipal de Monte Mor terminou na Delegacia de Polícia. Isso porque
uma servidora comissionada da pasta registrou um Boletim de Ocorrência (BO)
contra a parlamentar, acusando-a de “invadir” a Secretaria de Saúde. Wal
classificou as acusações como “mentirosas” e “absurdas”.
Segundo a vereadora, o BO foi lavrado por uma funcionária comissionada, subordinada ao secretário Wagner Tegon, com quem a parlamentar tem realizado embates e feito críticas de gestão. A parlamentar foi acusada no BO de invasão, agressões físicas e de gritar durante uma visita ao local. Wal nega as acusações, dizendo que apenas cumpria suas prerrogativas de fiscalização, direito constitucionalmente assegurado aos parlamentares. “Querem, a todo custo, calar-me e silenciar-me, mas não vão conseguir”, afirmou Wal.
A parlamentar também relatou que uma servidora de carreira,
que teria presenciado o episódio, teria sido pressionada a testemunhar contra
ela. Wal diz possuir mensagens arquivadas dessa servidora, que comprovariam a
tentativa de manipulação de testemunhos. Ela anunciou que todas as providências
administrativas e judiciais serão tomadas.
Além do BO contra Wal, também foi registrado um boletim
contra seu assessor, acusando-o de injúria racial. A vereadora afirma que a
série de acusações teria como objetivo enfraquecer sua atuação política. A
crise expõe um embate direto entre a oposição no Legislativo e o Executivo
municipal.
O caso ocorreu após a vereadora Wal da Farmácia dizer que
servidores da prefeitura teriam sofrido “coação”, intimidação e até “assédio
moral”, após realizar denúncias de que a esposa do secretário de Saúde, Wagner
Tegon, estaria “dando ordens” em unidades de saúde. A parlamentar chegou a
enviar ofício ao Conselho Municipal de Saúde sobre o assunto.
“Não podemos deixar, e eu jamais vou deixar [...] essa
senhora ou o próprio secretário desrespeitar servidor”, afirmou a parlamentar,
que pediu providências por parte do Conselho de Saúde.
OUTRO LADO
A Secretaria de Saúde de Monte Mor afirmou que se trata de
uma “narrativa falsa, que frequentemente se repete pela vereadora”. “Na data em
questão (final de junho) a mesma esteve durante todo o período da manhã em contato com o secretário de Saúde, Wagner
Tegon, questionando o pagamento do FGTS dos funcionários do Hospital Sagrado
Coração de Jesus, entidade privada que teve o contrato encerrado em março,
porém sem concluir o pagamento das rescisões trabalhistas. Este assunto foi
claro e exaustivamente explicado a ela. O secretário disse a ela que a
prefeitura não tinha qualquer débito com o Hospital, porém em respeito aos
funcionários, a prefeitura, em acordo com o Sinsaude - Campinas, faria o
pagamento dos valores de forma parcelada”, disse.
“No período da tarde a vereadora foi na sede da Secretaria
de Saúde e ao entrar e sabendo que o secretário não estava, alterou seu
comportamento, aos gritos e agitada, queria a presença do secretário. Foi
quando a mesma empurrou uma servidora por várias vezes e continuou aos gritos.
Isso tudo durou um período de mais de uma hora. A servidora alega que as
agressões verbais continuaram em todo período e o assessor da vereadora a
incentivava a continuar a gritaria. O caso foi registrado na Delegacia de
Polícia”, conclui a prefeitura. A parlamentar nega as declarações.
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