Saúde
Unidade da EMS. em Hortolândia, fará produção de canetas que pode acelerar oferta na rede pública

Fiocruz e EMS oficializam parceria para produzir canetas de combate à diabetes e obesidade em Hortolândia

Fabricação será iniciada na unidade de Hortolândia, com previsão de transferência futura da tecnologia para complexo no RJ; parceria envolve produção de fármacos à base de liraglutida e semaglutida, que atuam no controle glicêmico

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e a multinacional farmacêutica EMS oficializaram nesta semana um acordo para a produção nacional de medicamentos injetáveis utilizados no tratamento da obesidade e diabetes, conhecidos como “canetas emagrecedoras”. A fabricação será iniciada na unidade da EMS em Hortolândia, com previsão de transferência futura da tecnologia para o complexo de Farmanguinhos, no Rio de Janeiro.

A parceria envolve a produção de fármacos à base de liraglutida e semaglutida, substâncias que atuam no controle glicêmico e na sensação de saciedade. Segundo a Fiocruz, o acordo prevê tanto a transferência de tecnologia da síntese do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) quanto do produto final, dando um passo estratégico para o domínio nacional dessa tecnologia.

A EMS, que já obteve autorização da Anvisa no fim de 2024, começou neste mês a comercializar as primeiras canetas produzidas no Brasil: Olire, voltada ao tratamento da obesidade, e Lirux, indicada para diabetes tipo 2. Ambas são versões genéricas dos medicamentos Victoza e Saxenda, da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk.

A Fiocruz, por sua vez, ainda não anunciou quando iniciará a produção própria, mas reforçou que, até a transferência completa do processo de fabricação, os lotes continuarão sendo produzidos nas instalações da EMS, em Hortolândia.

Durante evento promovido pela Esfera Brasil e pela EMS, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a iniciativa pode acelerar a oferta dos medicamentos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Segundo ele, estudos estão em andamento para avaliar o uso das canetas em pacientes que aguardam cirurgia bariátrica. Havendo evidências, a incorporação ao sistema público poderá ser considerada.

Padilha também afirmou que a Anvisa está empenhada em ampliar o número de empresas aptas a registrar e comercializar esses medicamentos no país, garantindo mais acesso à população.

“Estamos na etapa de estimular estudos que mostrem, por exemplo, a utilização desses produtos para pessoas que estão esperando uma cirurgia bariátrica. Se mostrar dados firmes e fortes de que há um grande benefício de incorporação, pode vir a ser incorporado à rede pública”, afirmou Padilha.


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