Com um caso positivo, Saúde de Hortolândia alerta para cuidados com a leptospirose
Prefeitura orienta moradores a se precaver contra a doença, causada pelo contato com águas contaminadas com urina de roedores
Da Redação | Tribuna Liberal
Com a proximidade do verão, há a tendência de ocorrerem mais
chuvas. Com isso, aumenta o risco de contrair a leptospirose. A doença é
transmitida aos seres humanos por meio do contato com águas contaminadas com a
urina de animais, principalmente ratos, infectados com a bactéria que causa a
doença.
A Secretaria de Saúde de Hortolândia reforça a orientação
para que a população tome cuidados para se prevenir contra a doença em dias de
chuvas fortes. De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica, neste ano o
município tem 21 casos notificados de leptospirose, dos quais apenas um
positivo e nenhum óbito.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica, órgão da
Secretaria de Saúde, quando ocorrem chuvas intensas, as enxurradas podem se
misturar com as águas das redes subterrâneas de esgoto e pluviais. Por sua vez,
essas águas podem estar contaminadas com a bactéria leptospira, que é a
causadora da doença, presente na urina de ratos. Por isso, o órgão orienta a
população a evitar circular em vias e áreas públicas que, porventura, possam
ficar alagadas ou com lama.
A enfermeira Camila Travassos explica que a leptospirose é uma doença infecciosa aguda, que em casos graves pode levar a óbito. Entre os sintomas principais estão febre, dores de cabeça e no corpo, diarreia, vômito e dor nas panturrilhas, que é o sinal mais característico da doença. Os sintomas podem aparecer em até 30 dias. A doença tem cura. Segundo a enfermeira, nos casos leves, o paciente é tratado por meio da prescrição de antibióticos e medicamentos sintomáticos.
Capacitação
Para fortalecer as ações preventivas no município contra a
leptospirose, a prefeitura ministrou uma capacitação sobre a doença para as
equipes de saúde, em outubro deste ano. O objetivo foi prepará-las para que
estejam aptas a identificar e atender pacientes que, por ventura, possam ter
sido infectados pela bactéria, em especial nesta época quando aumentam a
ocorrência de chuvas.
“Reforçamos para as equipes, quando forem avaliar um
paciente com suspeita de leptospirose, a importância de perguntarem se ele foi
exposto à água que possa estar contaminada, se o paciente teve contato direto
com rato ou se ele esteve em algum lugar com sinal de presença desse tipo de
animal. Essas informações podem ajudar a verificar se o paciente está com a
doença, uma vez que os sintomas são parecidos com os de outras doenças, como,
por exemplo, a dengue. Por isso, é importante que as equipes de saúde estejam
atentas na hora de fazerem a avaliação de pacientes com suspeita de
Leptospirose”, explica Camila.
A enfermeira alerta ainda que pode haver risco de a pessoa
se infectar com a bactéria se caso ela tenha tido contato com lama, esgoto,
fossa ou caixa de gordura.
Botas e luvas
Outra situação na qual pode haver risco de ser infectado com a bactéria é quando a chuva provoca alagamento dentro de casa. Nesse caso, a enfermeira orienta os moradores para que façam a limpeza e a esterilização dos cômodos e salas que ficaram alagados, protegidos com botas e luvas. Apesar de a quantidade de casos da doença ser maior nesta época do ano por ser um período chuvoso, a enfermeira ressalta que a leptospirose pode ocorrer durante o ano todo. Por isso, a orientação é para que as pessoas evitem as situações de risco já mencionadas ou outras que possam atrair a presença de ratos.
Uma das medidas indicadas pela enfermeira é evitar o acúmulo em quintais ou áreas externas ao ar livre de materiais inservíveis, como recicláveis, garrafas pet, pneus velhos, dentre outros. Caso o morador tenha que manusear esses materiais, a recomendação é usar luvas. A Prefeitura de Hortolândia reforça a orientação para que as pessoas façam o descarte correto desses materiais nos PEVs (Pontos de Entrega Voluntária de entulho e outros materiais recicláveis) disponibilizados em várias regiões da cidade.
Fazer o descarte correto também ajuda a evitar outros
problemas sanitários e ambientais. Quando a população descarta resíduos e
recicláveis em locais e vias públicas, esses materiais são levados pelas
enxurradas e entopem as redes subterrâneas de esgoto e pluvial, e ainda se
acumulam em lagoas. O entupimento das redes subterrâneas pode alagar vias
públicas e provocar prejuízos para a própria cidade.
“Outra orientação que damos à população é recolher comedouro
ou recipientes de ração para cães e outros pets. Esses objetos também podem
atrair ratos. Por isso, é importante que sejam recolhidos após o cão ou pet se
alimentar”, alerta a enfermeira.
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