Saúde
Agente comunitária de saúde sentiu gosto estranho ao beber água e passou mal na UBS Jorge Calil

Alvo de veneno em UBS, servidora de Monte Mor presta depoimento e acredita que autor tentou matá-la

Servidora da saúde foi envenenada com Aldicarbe, conhecido como ‘chumbinho’, em garrafa de água de uso pessoal, prestou depoimento, afirmou que ataque foi direcionado e pede que investigação esclareça o caso e identifique culpado

A servidora pública de Monte Mor envenenada em novembro de 2024 durante o expediente na Unidade de Saúde Jorge Calil, no Jardim Paviotti, prestou depoimento à Polícia Civil e afirmou que acredita ter sido vítima de uma tentativa de homicídio. A confirmação de Aldicarbe – popularmente conhecido como “chumbinho” – na água que ela ingeriu foi feita pela Polícia Científica e repassada ao Sindicato dos Servidores Municipais de Monte Mor (SINDSMOR).

A vítima, que atua como agente comunitária de saúde e também exerce função diretiva no sindicato, contou detalhes da experiência vivida e cobra uma investigação criteriosa e que chegue ao autor do crime. “Fui na delegacia, prestei meu depoimento, contei os fatos naquele dia e solicitei que façam uma investigação criteriosa que chegue no culpado e está nas mãos deles (polícia), agora estou remanejada em outra unidade de saúde, e de saúde física estou bem, é mais o psicológico mesmo (afetado)”, relatou.

Segundo o boletim de ocorrência, a servidora notou um gosto estranho ao beber água de sua garrafa pessoal durante o expediente, no dia 11 de novembro de 2024. Ao verificar o recipiente, encontrou partículas incomuns no líquido. Logo depois, passou mal e precisou ser socorrida por colegas, sendo levada ao hospital para atendimento médico.

A análise pericial confirmou que a água estava contaminada com Aldicarbe, uma substância altamente tóxica e potencialmente letal mesmo em pequenas quantidades. A Polícia Judiciária instaurou inquérito e segue com as investigações para identificar os responsáveis.

A servidora afirma ter convicção de que foi alvo direto do ataque. “Estou dando um voto de confiança, porque da outra vez já teve um caso anterior, há uns dois, três anos atrás. Não teve culpado, não tiveram provas suficientes, a investigação parou, até que aconteceu comigo. Então, eu acredito, que foi proposital, porque foi diretamente para mim, não foi uma coisa que qualquer outra pessoa poderia pegar, entendeu, foi dentro do meu copo de uso particular, então foi direcionado pra mim, foi proposital sim”, afirmou a servidora em entrevista ao Tribuna Liberal.

Ainda conforme ela, os desdobramentos do caso devem avançar nas próximas semanas. “Mais uma pessoa que eu tenho conhecimento foi dar o depoimento também. Eu acho que agora eles vão dar prosseguimento e ir chamando o pessoal para fazer o depoimento”.

O presidente do SINDSMOR, Adelício Paranhos, destacou a gravidade do crime e o risco que a servidora correu. “O principal ato que nós tomamos agora após saber que foi confirmado a existência de chumbinho, ou seja, a água da servidora estava envenenada, é que o nosso advogado acompanhe periodicamente o andamento desse processo, acompanhe todos os atos da Polícia Judiciária no esclarecimento desses fatos”.

O sindicato também cobra uma resposta da administração municipal. “Nós oficiamos também a prefeitura pedindo para que ela tome as providências administrativas, que ela pode fazer a parte dela nesse sentido”. A Prefeitura de Monte Mor ainda não se manifestou publicamente sobre as providências administrativas adotadas após a confirmação do envenenamento.

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