Vereador quer proibir cirurgias estéticas desnecessárias em animais de Sumaré
Proposta estabelece a proibição de qualquer intervenção cirúrgica estética que não tenha justificativa médica para preservar a saúde ou a vida do animal; tutor infrator pode perder a guarda do animal e ficar proibido de adotar outros por cinco anos
Paulo Medina | Tribuna Liberal
A Câmara Municipal de Sumaré está discutindo um novo projeto
de lei de proteção animal na cidade. De autoria do vereador Alan Leal (PRD), a
proposta proíbe cirurgias estéticas em animais, como caudectomia (corte de
cauda), conchectomia (remoção de orelhas), e cordectomia (eliminação do
latido), entre outras práticas realizadas exclusivamente por motivos estéticos.
A lei estabelece a proibição de qualquer intervenção
cirúrgica estética que não tenha justificativa médica para preservar a saúde ou
a vida do animal. Consultórios e clínicas veterinárias deverão informar
publicamente sobre a proibição e o descumprimento pode levar a multas, perda da
guarda dos animais por tutores e, no caso de estabelecimentos, até a cassação
da licença de funcionamento em casos reincidentes.
As penalidades incluem multas de 85 UFMS (Unidades Fiscais
do Município de Sumaré) - mais de R$400 -, e a reversão desses valores para
programas de proteção animal. A lei também prevê o agravamento das penalidades
em casos de reincidência.
Além de proibir as práticas, o projeto enfatiza a
importância de envolver os profissionais de saúde animal na conscientização da
sociedade. Clínicas veterinárias terão a responsabilidade de divulgar a
proibição e atuar conforme as orientações do CRMV-SP (Conselho Regional de
Medicina Veterinária do Estado de São Paulo).
PERDA DA GUARDA
O descumprimento da lei acarretará em penalidades. Tutores
infratores poderão perder a guarda do animal e ficar proibidos de adotar outros
por cinco anos. Estabelecimentos que realizarem as cirurgias também estarão
sujeitos a multas, com os valores reajustados anualmente.
Os recursos arrecadados serão destinados a convênios e
programas de proteção animal, fortalecendo políticas públicas voltadas para a
causa. A proposta se soma a uma tendência global de proteção animal, que busca
combater práticas prejudiciais e promover o respeito à integridade física e
psicológica dos animais.
“O presente projeto de lei visa proteger o bem-estar animal
no município de Sumaré, proibindo práticas cirúrgicas com fins meramente
estéticos que causam dor, sofrimento e comprometem a saúde dos animais.
Procedimentos como caudectomia, ergotectomia, conchectomia e cordectomia são
intervenções que mutilam os animais sem qualquer benefício real à sua saúde,
sendo executados apenas para satisfazer preferências estéticas ou funcionais do
tutor. Tais práticas, já proibidas ou limitadas em diversos países, têm gerado
ampla discussão sobre ética e respeito aos direitos dos animais”, pontua Alan
no projeto.
“Essas cirurgias, embora muitas vezes vistas como comuns,
causam sérias consequências para os animais, como infecções, dificuldades de
comunicação e expressão natural e até prejuízos físicos permanentes. A
mutilação de orelhas e caudas, por exemplo, interfere na maneira como os
animais se expressam e se relacionam com outros animais e seres humanos. A
remoção das unhas e o corte das cordas vocais, além de dolorosos, impedem que
os animais ajam de acordo com seu instinto, comprometendo sua qualidade de
vida”, completa.
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