Política
Andrea afirmou que programa Tarifa Zero ‘começou errado’ e foi ‘projeto politiqueiro’

Legislativo de Monte Mor barra denúncia contra vereadora Andrea Garcia

Câmara rejeitou recebimento de denúncia contra a parlamentar, arquivando nova Comissão Processante; caso envolvia suposta quebra de decoro por críticas feitas durante debate sobre a revogação do Tarifa Zero, que já originou uma CP

A Câmara Municipal de Monte Mor rejeitou nesta semana o recebimento da Denúncia nº 3/2025 contra a vereadora Andrea Garcia (PSD). Foram 11 votos contrários e uma abstenção, o que levou ao arquivamento imediato do processo. A acusação, feita por um morador, alegava quebra de decoro parlamentar e infração político-administrativa por declarações da parlamentar durante sessão de 8 de setembro.

Na ocasião, Andrea afirmou que o programa Tarifa Zero “começou errado” e foi “um projeto politiqueiro”, durante debate sobre a revogação da medida. O denunciante sustentou que, por ter sido líder do governo Edivaldo Brischi à época da aprovação do projeto, a fala da parlamentar configuraria incoerência e falta de decoro.

Durante a leitura da denúncia, nenhum vereador se manifestou. Como determina o Regimento Interno, a suplente Dani Lima (PSD) assumiu temporariamente o mandato apenas para participar da votação. Após prestar juramento, votou pela abstenção e deixou o cargo logo após o resultado, com a reassunção imediata de Andrea Garcia.

Com a decisão, o processo será arquivado sem abertura de Comissão Processante (CP). O presidente da Câmara, Beto Carvalho (PP), destacou que o rito foi cumprido integralmente, assegurando o direito de defesa e o devido processo legislativo.

A denúncia ocorreu em meio a outro caso semelhante. Nesta semana, o juiz André Luiz Marcondes Pontes, da 1ª Vara de Monte Mor, concedeu liminar suspendendo os trabalhos da Comissão Processante instaurada contra a vereadora Wal da Farmácia (PSB), também por declarações feitas em plenário.

Na decisão, o magistrado reconheceu “plausibilidade jurídica” nas alegações da defesa, que apontou irregularidades como ausência de ato formal de afastamento, voto aberto indevido e falta de proporcionalidade partidária na composição da comissão. Pontes afirmou que a continuidade do processo poderia causar “prejuízos irreversíveis” ao mandato da parlamentar.

Com a liminar, ficam suspensos todos os atos da CP, até o julgamento final do mandado de segurança. Wal da Farmácia classificou o processo como “perseguição política” e elogiou a decisão judicial como “coerente e justa” diante das falhas constatadas.

A sucessão dos episódios reacende o debate sobre os limites da imunidade parlamentar, a autonomia do Legislativo e a responsabilidade dos vereadores nas manifestações feitas em plenário.


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