Política
João Rinaldo, que é pai do atual prefeito, comandou Monte Mor entre 1989 e 1992 e depois entre 1997 a 2000

Justiça confirma ilegalidade de verba recebida por ex-prefeito João Rinaldo

Judiciário determina devolução integral de valores aos cofres públicos em caso originado por meio de ação popular impetrada na década de 1990, época em que o político comandava a Prefeitura de Monte Mor; não cabe mais recurso

Uma ação popular iniciada nos anos 1990 chegou ao fim com uma decisão definitiva da Justiça: a anulação de uma lei municipal que concedia verbas de representação ao ex-prefeito de Monte Mor, João Rinaldo, pai do atual prefeito Murilo Rinaldo (PP). 

O processo, que tramitou por mais de três décadas, confirmou a ilegalidade da norma e determinou a devolução integral de valores recebidos indevidamente. A decisão transitou em julgado, ou seja, não cabe mais recurso. Segundo informações obtidas pela reportagem, o acordo apresentado pela defesa de João Rinaldo previa a devolução aos cofres públicos de mais de R$ 4 milhões.

A ação teve início quando um cidadão ajuizou a denúncia, questionando a constitucionalidade de uma lei aprovada à época que conferia um adicional aos subsídios do chefe do Executivo municipal. Após anos de tramitação e recursos em diversas instâncias, o Judiciário decidiu que os valores pagos com base na norma considerada inconstitucional devem ser integralmente restituídos aos cofres públicos, com correção monetária e juros a partir da data de recebimento.

Durante o processo, o ex-prefeito argumentou que já teria restituído os valores de forma voluntária quando surgiram os primeiros questionamentos sobre a legalidade da verba. No entanto, a prefeitura e o Ministério Público refutaram a alegação, apontando que os documentos apresentados como “novos” já haviam sido analisados nos autos anteriores e considerados insuficientes para a extinção da dívida.

Segundo o município, que atua como exequente (autor da cobrança) desde 2010, “a tentativa de rediscutir o mérito da condenação com base em argumentos antigos, já rejeitados pela Justiça, configura um uso indevido do processo judicial”.

Em outra manifestação, a prefeitura classificou o pedido de extinção do processo como “absurdo e contraditório com o que já foi julgado”. A sentença definitiva prevê que a restituição dos valores seja realizada com base em cálculos precisos, levando em consideração os montantes eventualmente devolvidos, mas também os valores não quitados, devidamente atualizados.

João Rinaldo, que é pai do atual prefeito Murilo Rinaldo, comandou Monte Mor entre 1989 e 1992 e depois entre 1997 a 2000. Procurada para comentar o caso, a Prefeitura de Monte Mor informou que esse caso “já foi transitado, julgado e homologado pelo Ministério Público”. “Diante disso, a prefeitura não tem nada a declarar”, comentou.

A reportagem ainda procurou a defesa de João Rinaldo para também comentar o caso, mas não houve resposta de seu advogado até o fechamento desta edição.

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