Clodoaldo pede à Sabesp revisão de tarifa de esgoto a imóveis que não possuem coleta
Câmara de Hortolândia aprovou moção de apelo contra tarifa que atinge imóveis próximos à rede, mas sem ligação efetiva ao sistema de esgoto; vereador alerta para prejuízo a famílias de baixa renda, aciona Estado e quer providência
Vereador de Hortolândia, Clodoaldo Santos da Silva (Podemos),
apresentou e teve aprovada na sessão ordinária desta segunda-feira (11) uma
Moção de Apelo à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
(Sabesp), solicitando a revisão da cobrança da tarifa de disponibilidade de
esgoto. A taxa foi instituída para imóveis que possuem a rede de esgoto
instalada e disponível na localidade, mas que ainda não estão efetivamente
conectados ao sistema.
Desde junho de 2025, a Sabesp passou a cobrar uma tarifa
mínima mensal de R$ 37,96 para residências e R$ 76,60 para imóveis comerciais e
industriais localizados até 20 metros da rede de esgoto, independentemente de
estarem ligados ao sistema. A medida atinge aproximadamente 4% dos imóveis
atendidos pela companhia, o que representa cerca de 350 mil unidades no Estado de
São Paulo.
Segundo a moção, a cobrança tem impacto direto sobre
consumidores, especialmente famílias de baixa renda que enfrentam dificuldades
técnicas e financeiras para realizar a ligação, como problemas de declividade,
soleira negativa e infraestrutura precária. Além disso, parte dos esgotos
dessas unidades é lançada em fossas sépticas ou corpos d’água, o que gera
preocupações ambientais.
A Sabesp fundamenta a cobrança com base no Novo Marco Legal
do Saneamento, que prevê tarifação pela disponibilidade da infraestrutura, mas
essa prática só foi implementada após a privatização da empresa. A moção
ressalta também que há entendimentos jurídicos que indicam que a cobrança pode
violar princípios do Código de Defesa do Consumidor quando o serviço não é efetivamente
prestado.
“Estamos tratando de uma cobrança que penaliza famílias que
ainda não conseguiram acesso pleno ao saneamento por questões técnicas ou
financeiras. Essa medida precisa ser revista, com critérios mais justos e maior
apoio para que todos possam efetivamente se conectar à rede”, afirmou o
vereador Clodoaldo.
A moção aprovada será encaminhada ao prefeito Zezé Gomes
(Republicanos), à Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São
Paulo (Arsesp), à Sabesp, ao Procon Estadual, além de secretarias municipais.
Deixe um comentário