Adjunto é exonerado após ser alvo de CEI por homofobia em Nova Odessa
Paulo Medina | Tribuna Liberal
O secretário-adjunto de Governo de Nova Odessa, Moisés de
Jesus Lima, foi exonerado do cargo nesta terça-feira (13). A decisão da prefeitura
foi publicada em diário oficial e ocorre após o servidor se tornar alvo de uma
Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura uma denúncia de homofobia feita
contra ele.
A exoneração acontece em meio à repercussão de um episódio
envolvendo Lima e o diretor-geral da Câmara Municipal, Lucas Camargo. Segundo
Camargo, o secretário teria se referido de forma preconceituosa à sua
orientação sexual durante uma reunião oficial com líderes religiosos realizada
no gabinete do prefeito Cláudio Schooder, o Leitinho (PSD), no início do ano.
Na ocasião, Moisés teria dito que a Câmara Municipal “tem
hoje um homossexual assumido ocupando o cargo”, além de classificar a
orientação sexual de Camargo como um “demérito” e solicitar orações por ele. O
episódio, relatado por Camargo à Delegacia de Polícia, motivou a abertura de
inquérito pela Polícia Civil. A denúncia foi acompanhada de vídeos que, segundo
o denunciante, comprovam discursos de ódio disseminados por Lima também nas
redes sociais.
“Desde então minha vida tem sido discutida em âmbito
estadual. Tudo isso tem gerado revolta e indignação”, declarou Camargo, que
assumiu a direção da Câmara em janeiro e afirma não ter tido atritos anteriores
com Lima. Após o episódio, relatou que o comportamento do adjunto passou a ser
mais “frio e distante”.
O vereador Paulo Porto (PSD) já apresentou uma moção de
repúdio afirmando que “a declaração precisa ser combatida para evitar novos
atos de ódio e discriminação, que não devem fazer parte da postura de uma
pessoa que ocupa cargo público”. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
Subseção de Nova Odessa, também emitiu uma nota de repúdio, enfatizando a
importância da convivência pacífica e do respeito à diversidade.
O prefeito Leitinho também já reafirmou o compromisso da
administração com a inclusão e o respeito. “Não compactuamos nem toleramos esse
tipo de postura em nossa gestão, que é a mais inclusiva e plural da história de
Nova Odessa”, disse anteriormente.
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