Justiça decreta prisão preventiva de padrasto que forjou sequestro e matou menino de 10 meses em Hortolândia
Decisão mantém preso suspeito de
tentar encobrir homicídio de bebê, cujo corpo foi localizado em área rural de
Monte Mor; versão de sequestro foi desmentida por câmeras de segurança e
vestígios de sangue na caminhonete do homem
A Justiça de Hortolândia decretou
nesta segunda-feira (1) a prisão preventiva do padrasto acusado de matar um
bebê de 10 meses, que teve o corpo encontrado em uma área rural de Monte Mor. O
homem teria forjado o sequestro da criança, no Jardim Terras de Santo Antônio,
na tentativa de encobrir o crime.
Após audiência de custódia, a
prisão do suspeito foi mantida. O bebê Gustavo Henrique de Jesus Melo tinha
supostamente marcas de violência e a perícia deverá esclarecer a causa da
morte.
O acusado afirmou inicialmente que
dois homens em uma motocicleta haviam levado a criança de seus braços durante
um passeio, mas câmeras de segurança desmentiram a versão ao registrarem que
ele saiu com o menino e retornou sozinho.
Após ser desmentido por imagens e
por manchas de sangue encontradas em sua caminhonete, o suspeito acabou
confessando que o bebê desacordou enquanto ele “brincava”, e que, por medo de
assumir a responsabilidade, abandonou o corpo em uma área de mata em Monte Mor.
A Polícia Civil prendeu o homem em flagrante.
O crime ocorreu no sábado (29) e o
corpo do menino foi achado neste domingo (30). A descoberta ocorreu após o
padrasto da criança indicar aos policiais civis o ponto exato onde havia
deixado o corpo.
Durante a apuração, a equipe
policial solicitou apoio do Canil da Guarda Municipal de Monte Mor, que enviou
um cão farejador treinado para localizar pessoas. Em meio à vistoria na
caminhonete do suspeito, os policiais encontraram manchas de sangue no painel e
no banco do veículo. Questionado, ele afirmou que a criança, quando ficava
nervosa, costumava morder a própria língua, o que provocaria sangramentos.
O caso foi inicialmente registrado
pela Polícia Civil como sequestro. Após o registro, porém, o suspeito confessou
que estava “brincando, jogando a criança para cima, quando ela desacordou”.
Ainda segundo a versão apresentada por ele, ao invés de buscar atendimento
médico, o homem decidiu abandonar o corpo em uma área isolada para “evitar
responsabilidade”. Segundo a Polícia Civil, o suspeito confessou o homicídio
durante depoimento. Após o flagrante, o delegado de plantão solicitou à Justiça
a prisão preventiva do suspeito.
Após os trabalhos periciais, o
corpo foi removido ao Instituto Médico Legal (IML) de Americana, onde passará
por exames que devem auxiliar na elucidação completa da dinâmica e da causa da
morte.
DEFESA COMENTA
O advogado de defesa do suspeito,
Marciano de Souza, disse ter “compromisso com a verdade e com o devido processo
legal”. “O caso é extremamente sensível, envolve dor e repercussão social, mas
é fundamental lembrar que a investigação ainda está em andamento e não há
sentença definitiva. A defesa sustenta que o ocorrido se tratou de um fato sem
intenção, configurando hipótese de homicídio culposo, ou seja, sem a vontade de
produzir o resultado.
Confiamos que, com serenidade,
análise técnica e respeito às garantias constitucionais, todos os fatos serão
devidamente esclarecidos. A família, assim como a sociedade, merece a verdade —
e é isso que buscaremos demonstrar ao longo do processo”, afirma.
Em entrevista ao Tribuna Liberal,
após a decretação da prisão preventiva de seu cliente, o advogado confirmou que
o suspeito disse que chegou a tapar a boca e o nariz da criança, e a jogou para
o alto. Na sequência, explicou que o menino ficou desacordado.
“Ele pegou a criança, colocou no
carro e com medo de ser linchado abandonou a criança em área de mata. Ele disse
que comprou remédio para a criança em uma farmácia”, comentou a defesa, que
deve tentar comprovar que não houve contusão ou ferimento por parte do
suspeito. Por fim, a defesa disse que espera o laudo do IML.
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