Polícia
Medida também vale para proibição de ‘jumbo’ e sedex, que permanecerão bloqueados na unidade

Após rebelião e estragos, SAP suspende visitas na Penitenciária de Hortolândia

Secretaria de Administração Penitenciária cancelou visitas de familiares de detentos e entrega de alimentos e de itens de higiene na Penitenciária III depois de motim ocorrido na segunda-feira; unidade passa por reformas emergenciais

A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou a suspensão das visitas na Penitenciária III de Hortolândia após os danos provocados pelo princípio de rebelião registrado na unidade na última segunda-feira (24). A pasta também interrompeu, de forma temporária, a entrega de alimentos, itens de higiene e correspondências enviadas pelos familiares aos detentos.

Segundo a SAP, o incêndio provocado pelos presos durante o tumulto causou avarias em áreas internas, obrigando o início imediato de uma reforma emergencial na unidade prisional. Como medida cautelar, todas as entregas presenciais ou via correios foram suspensas. As visitas dos dias 29 e 30 de novembro (sábado e domingo) foram canceladas.

O órgão afirmou que as obras estão em andamento e que a Polícia Penal comunicará a liberação gradual dos serviços assim que houver condições de segurança para o estabelecimento do fluxo normal no complexo.

“A Penitenciária III de Hortolândia, em face de avarias decorrentes de incêndio ocorrido no dia 24 de novembro, iniciou breve reforma. Por esse motivo, como medida cautelar e excepcional, as entregas de alimentos e de itens de higiene, presencialmente ou pelos correios, estão temporariamente suspensas. Também estão suspensas as visitas neste final de semana (29 e 30 de novembro). A Polícia Penal do Estado de São Paulo irá comunicar a liberação das visitas, do “jumbo” e do sedex, conforme o andamento das obras, que já estão em curso”, disse a pasta.

A suspensão ocorre três dias após o motim que mobilizou equipes da Polícia Penal, Polícia Militar e da Célula de Intervenção Rápida (CIR). O tumulto começou por volta das 11h, após a apreensão de bebida alcoólica artesanal feita pelos próprios custodiados.

A partir desse episódio, um grupo de detentos iniciou um ato de indisciplina, quebrando portas automatizadas e incendiando colchões, o que gerou intensa fumaça preta em parte do pavilhão. As equipes de intervenção contiveram o avanço do motim ainda na fase inicial, sem registro de reféns.

Seis presos sofreram escoriações leves e mais de 30 detentos foram identificados por participação no episódio. Os responsáveis passam por processo de transferência para outras unidades prisionais do Estado. A Penitenciária III abriga mais de 1,2 mil presos — quase o dobro de sua capacidade oficial, de 700 vagas — e segue sob investigação para apuração das responsabilidades individuais pelo ocorrido.

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