Teka firma acordo de R$ 70 milhões e contempla trabalhadores de Sumaré
Empresa encerra disputa judicial de 13 anos com negociação
que beneficia mais de 2,3 mil trabalhadores de seis unidades; cada funcionário
receberá até R$ 10 mil na primeira etapa e demais valores serão parcelados em
no máximo 36 vezes
A Teka Tecelagem Kuehnrich S.A. fechou um acordo trabalhista
de R$ 70 milhões com mais de 2.300 trabalhadores e coloca fim a disputas de
mais de uma década, garantindo o pagamento a trabalhadores e ex-trabalhadores
das unidades ativas de Blumenau (SC) e Artur Nogueira (SP), e das unidades
inativas de Indaial (SC), Mogi das Cruzes (SP), Itapira (SP) e Sumaré (SP). O
entendimento foi construído em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias de Fiação e Tecelagem em Geral de Campinas e Região (SP), e marca um
passo importante na reorganização da empresa.
O acordo formalizado representa um dos maiores avanços da
Teka desde o início do processo de recuperação judicial, em 2012. Atualmente, a
companhia é controlada pelo Alumni FIP (Fundo de Investimentos e
Participações), que detém 40% das ações e vem conduzindo um plano de
reestruturação, retomada sustentável e modernização da gestão desde junho de
2025. A operação foi conduzida pela nova gestão da Teka, assessorada pela EXM
Partners.
Os recursos iniciais para o pagamento serão liberados a
partir de fundos já existentes em contas judiciais vinculadas ao processo de
recuperação. Cada um dos 2.333 trabalhadores beneficiados receberá até R$ 10
mil na primeira etapa, observando o teto do valor devido, enquanto créditos
acima desse valor serão parcelados em no máximo 36 vezes, devido à garantia de
imóveis não operacionais disponibilizados para venda. Ainda haverá liberação de
depósitos recursais e judiciais disponíveis nos processos trabalhistas, tanto
do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC), quanto do Tribunal
Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas-SP).
Apesar da possibilidade de parcelamento, a fim de antecipar a quitação das parcelas, a Teka buscará a venda de imóveis ativos não operacionais. E, após a quitação aos trabalhadores, havendo saldo da venda de tais imóveis, o remanescente será utilizado para pagamento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), antecipando, assim, a transação tributária realizada com a Caixa Econômica Federal. Ou seja, todo o valor arrecadado com a venda dos imóveis será revertido em prol dos trabalhadores.
PROCURA DE ADVOGADOS
“É importante destacar que os colaboradores desligados e
ativos que aguardam pagamentos atrasados devem procurar seus advogados o quanto
antes para formalizar o termo de adesão que concretiza o recebimento de valores
da forma mais breve possível. A vontade dos Tribunais Regionais do Trabalho,
TRT-15 (Campinas-SP) e TRT-12 (Santa Catarina), e da Teka é fazer o pagamento
ainda este ano, antes do recesso de fim de ano”, explica Rogério Aparecido
Marques, diretor-presidente da Teka. “A Teka priorizou a dívida trabalhista e
está empenhada em fazer esse processo de quitação de forma ágil e
transparente”, finaliza.

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