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Hortolândia praticamente dobrou número de sistemas, enquanto Sumaré registrou salto ainda maior

Sumaré e Hortolândia instalam cinco placas de energia solar a cada 24 horas

Escalada da energia solar em ambas as cidades resulta de movimento impulsionado pelo aumento de tarifas de energia elétrica, incentivos fiscais e busca por independência energética

Sumaré e Hortolândia vivem um crescimento acelerado na instalação de placas solares, resultado direto do aumento das tarifas de energia elétrica, dos incentivos fiscais concedidos e do desejo de independência energética por parte de empresas e residências. De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2024, as duas cidades juntas instalaram, em média, cinco placas solares por dia, o que equivale a uma nova unidade geradora a cada cinco horas.

Em Hortolândia, o número de unidades geradoras de energia solar praticamente dobrou em um ano: saltou de 477 em 2023 para 889 em 2024. Já em Sumaré, o avanço foi ainda mais expressivo, passando de 574 unidades em 2023 para 1.077 em 2024. Essa tendência acompanha o movimento nacional de expansão da geração distribuída, modalidade em que o consumidor pode produzir sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis e, eventualmente, injetar o excedente na rede, abatendo custos na fatura.

O Marco Legal da Geração Distribuída, regulamentado pela Lei 14.300/2022, trouxe mais segurança jurídica ao setor e definiu regras de compensação para os consumidores que geram sua própria energia. Antes da lei, muitos usuários correram para instalar sistemas fotovoltaicos e garantir os incentivos fiscais antigos, que previam compensações mais vantajosas para quem produzisse energia antes do novo marco entrar em vigor.

Além da busca por economia frente ao constante aumento das tarifas, outro fator que impulsiona a instalação das placas solares é a preocupação ambiental. Cada nova unidade geradora contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa e ajuda a descentralizar a matriz energética, tornando-a mais limpa e sustentável.

A demanda crescente também movimenta o setor local de serviços, gerando empregos em empresas de instalação, manutenção e fornecimento de equipamentos. Em Sumaré e Hortolândia, a popularização da energia solar reflete um movimento mais amplo, em que municípios de médio porte avançam rapidamente na adoção de soluções sustentáveis, estimulados tanto por questões econômicas quanto pelo fortalecimento da consciência ambiental.

A geração de energia solar superou a marca de 55 gigawatts (GW) de potência instalada operacional no Brasil. Desse total, 1,6 GW foi adicionado ao sistema neste ano, segundo balanço divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

A maior parte da geração de energia solar, 37,6 GW, vem de potência instalada na geração própria, nos telhados ou em quintais de 5 milhões de imóveis em todo o país. O restante, cerca de 17,6 GW, vem das grandes usinas solares conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Segundo a Absolar, a fonte solar evitou a emissão de cerca de 66,6 milhões de toneladas de gás carbônico (CO²) na geração de eletricidade. A tecnologia representa atualmente a segunda maior fonte de energia do país, correspondendo a 22,2% de toda a capacidade instalada da matriz elétrica.

Apenas de janeiro a março deste ano, os consumidores instalaram mais de 147 mil sistemas solares, que passaram a abastecer cerca de 228,7 mil imóveis. Desde 2012, ressalta a Absolar, o setor fotovoltaico trouxe ao Brasil mais de R$ 251,1 bilhões em novos investimentos, criou mais de 1,6 milhão de empregos verdes e contribuiu com mais de R$ 78 bilhões em arrecadação aos cofres públicos.

Entre as unidades consumidoras abastecidas pela geração de energia solar própria, as residências lideram, com 69,2% do total de imóveis, seguidas pelos comércios (18,4%) e pelas propriedades rurais (9,9%). Nos estados, Minas Gerais aparece em primeiro, com mais de 900 mil imóveis com geração solar própria. Em seguida, vem São Paulo, com 756 mil.

PREOCUPAÇÕES DO SETOR

Apesar da expansão da energia solar no país, a Absolar manifesta preocupações. Conforme a entidade, o crescimento poderia ser ainda maior, não fossem os cancelamentos de projetos pelas distribuidoras e a falta de ressarcimento aos empreendedores pelos cortes de geração renovável.

Outro problema são os entraves à conexão de pequenos sistemas de geração própria solar, sob a alegação de inversão de fluxo de potência, sem os devidos estudos técnicos que comprovem eventuais sobrecargas na rede.

HORTOLÂNDIA TEM PAÇO MUNICIPAL COM USINA SOLAR E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

O novo Paço Municipal de Hortolândia, batizado de Palácio dos Migrantes Prefeito Ângelo Augusto Perugini, inaugurado na região do Jardim Novo Ângulo, se destaca como símbolo de inovação e sustentabilidade. Com 10.000 m² de área construída, o prédio abriga mais de mil funcionários de todas as secretarias municipais e foi viabilizado por meio de recursos do FINISA (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento) e também com recursos próprios da prefeitura.

Um dos principais diferenciais do novo Paço é a usina de energia fotovoltaica instalada no local. A iniciativa, considerada pioneira, faz parte do programa municipal que visa consolidar Hortolândia como uma cidade inteligente e sustentável. O objetivo é tornar o município autossuficiente na produção de energia limpa, gerando economia aos cofres públicos e reduzindo o impacto ambiental.

Usina solar expõe compromisso público com a sustentabilidade e economia de energia

Ao todo, Hortolândia conta com 21 usinas fotovoltaicas, que juntas devem gerar uma economia de R$ 4 milhões ao ano. No Paço Municipal, a usina é composta por 1.800 painéis solares, capazes de produzir energia suficiente para cobrir 80% do consumo dos 199 prédios públicos da cidade. O excedente de energia gerado será transferido à rede elétrica da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) para ser utilizado em compensações futuras, garantindo ainda mais eficiência no uso dos recursos energéticos.

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