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Prefeitura de Monte Mor aponta que programa é financeiramente insustentável, com custo mensal de R$ 750 mil

Monte Mor estuda tarifa social como alternativa para transporte gratuito

Vereadores e moradores saem em defesa da manutenção do Tarifa Zero e querem discutir, com a sociedade, eventuais problemas do benefício, que garante gratuidade no transporte público municipal, mas que gerou dívida de R$ 1,7 milhão

Os impasses em torno do programa Tarifa Zero, que garante transporte público municipal gratuito em Monte Mor, continuam após o debate recente em audiência pública realizada na Câmara Municipal. O encontro, promovido pela Comissão de Meio Ambiente, Educação e Outros Assuntos (CMA), reuniu vereadores, representantes do Executivo e a população para discutir o futuro da gratuidade. Uma das propostas ventiladas pela prefeitura é a implantação de uma tarifa social como alternativa.

Atualmente, diversos vereadores defendem a manutenção do Tarifa Zero, destacando seu papel social e o impacto positivo para os cidadãos mais vulneráveis. No entanto, representantes da prefeitura reforçam os argumentos do projeto de lei em tramitação, que prevê a revogação do programa por considerá-lo financeiramente insustentável. Segundo o Executivo, o custo mensal chega a R$ 750 mil, valor que comprometeria outras áreas prioritárias da cidade.

O prefeito Murilo Rinaldo (PP) argumenta que o programa foi subestimado em sua concepção e herdou dívidas da gestão anterior, incluindo R$ 1,7 milhão quitados recentemente. Para viabilizar uma alternativa, a administração estuda implementar uma tarifa social, com valor reduzido, visando manter o acesso ao transporte a quem mais precisa, mas com menor impacto nas finanças públicas.

Moradores ainda defendem a continuidade da gratuidade, apontando a importância do transporte gratuito para estudantes, trabalhadores e idosos. Também foi proposto um referendo popular e a criação do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana para ampliar a participação social.

A vereadora Wal da Farmácia (PSB), autora da proposta original do Tarifa Zero, criticou a falta de implementação integral da lei, especialmente em relação ao Fundo Municipal do Transporte Urbano, previsto como fonte de financiamento do programa. Já a vereadora Camilla Hellen (Republicanos) propõe novas audiências nos bairros para ampliar o debate.

O Legislativo sinalizou a possibilidade de realizar novos encontros antes da votação do projeto que poderá revogar o Tarifa Zero. Enquanto isso, a proposta de tarifa social tenta ganhar força nos bastidores como uma suposta solução intermediária em Monte Mor.

A implantação do Tarifa Zero foi aprovada pela Câmara em dezembro de 2023, por unanimidade e em urgência especial. A propositura, que deu origem à Lei 3157/2023, atualmente em vigor, previa, dentre as fontes de custeio: a dotação orçamentária própria, do município; os recursos obtidos com publicidade no sistema de transporte, dentro e fora dos ônibus, nos pontos e abrigos, em terminais e também em vias públicas; assim como recursos do próprio Fundo Municipal do Transporte Urbano.

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