Marelli faz acordo e pagará R$ 330 mil por dano moral coletivo em Hortolândia
Conciliação judicial entre a multinacional hortolandense e o Ministério Público do Trabalho coloca fim a processo de assédio moral na unidade fabril; empresa italiana firmou compromisso para combater práticas abusivas na fábrica
Um acordo judicial celebrado entre o Ministério Público do
Trabalho (MPT) e a Magneti Marelli encerrou uma ação civil pública movida na
Justiça do Trabalho de Hortolândia, pondo fim a um processo que denunciava
práticas de assédio moral na unidade fabril da multinacional italiana na
cidade. A conciliação prevê o pagamento de R$ 330 mil por dano moral coletivo.
O valor, segundo o MPT, será destinado ao Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT) ou a entidades beneficentes indicadas pelo Sindicato dos
Metalúrgicos de Campinas e Região. Além da indenização, a empresa assumiu uma
série de compromissos voltados ao combate ao assédio moral e à promoção de um
ambiente de trabalho saudável e seguro.
A ação foi ajuizada pelo MPT após investigação que comprovou
que cipeiros — membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes — e
trabalhadores afastados por motivos de saúde eram alvo de assédio moral e
tratamento discriminatório. Em resposta, o MPT solicitou judicialmente que a
empresa fosse obrigada a adotar medidas corretivas imediatas.
Entre as principais obrigações assumidas pela Magneti
Marelli estão o cumprimento integral da Norma Regulamentadora nº 5 (CIPA), a
realização de inspeções com participação dos cipeiros, reuniões periódicas de
segurança, treinamentos de conscientização, além da criação de canais
confidenciais para denúncias.
A empresa também se comprometeu a promover palestras anuais
e capacitações direcionadas a todos os colaboradores, inclusive novos
admitidos.
Caso a empresa descumpra qualquer uma das cláusulas do
acordo, está sujeita ao pagamento de multa de R$ 3 mil por item violado. O
compromisso foi homologado pelo Judiciário e também conta com o Sindicato dos
Metalúrgicos de Campinas, Americana, Indaiatuba e Região como signatário.
Para o MPT, o acordo representa um avanço na proteção dos
direitos fundamentais dos trabalhadores, especialmente dos representantes eleitos
para zelar pela saúde e segurança nas fábricas.
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