Justiça manda réu por feminicídio para Tribunal do Júri em Paulínia
Homem é acusado de matar então namorada, Jardilânia da Silva
Nepomuceno, 34, com 26 facadas, dentro de casa e na frente do filho dela, de
apenas 10 anos, em fevereiro deste ano; réu permanece preso e não poderá
recorrer em liberdade
A 2ª Vara Criminal de Paulínia decidiu submeter a julgamento
pelo Tribunal do Júri o acusado de assassinar a companheira Jardilânia da Silva
Nepomuceno, de 34 anos, em 13 de fevereiro deste ano, no bairro Saltinho. De
acordo com a denúncia, o crime foi cometido a golpes de faca, em circunstâncias
de feminicídio, dentro da residência da vítima e na frente do filho dela, de
apenas 10 anos.
Na decisão assinada pela juíza Patrícia Ribeiro Bacciotti
Parisi, foram mantidas as três qualificadoras apresentadas pelo Ministério
Público: o uso de meio cruel, já que a vítima sofreu 26 facadas e agonizou até
a chegada do socorro; a prática na presença de descendente, uma vez que o filho
presenciou o crime; e o recurso que dificultou a defesa da vítima, surpreendida
em sua própria casa nas primeiras horas da manhã.
A defesa havia solicitado a retirada das qualificadoras e o
reconhecimento de semi-imputabilidade do acusado, alegando problemas
relacionados ao uso de drogas e instabilidade psicológica. No entanto, a
magistrada entendeu que as provas e testemunhos colhidos não são suficientes
para afastar a acusação.
Testemunhas relataram um histórico de ameaças, ciúmes excessivos
e comportamento controlador por parte do acusado. Áudios apresentados nos autos
mostraram que a vítima havia manifestado temor de que algo lhe acontecesse e
responsabilizou o réu antecipadamente por eventuais agressões.
Com base nos elementos reunidos, a juíza pronunciou José
Fernando Joaquim Júnior para que seja julgado pelo Tribunal do Júri. O acusado
continuará preso preventivamente até o julgamento, em data ainda a ser marcada.
O CASO
A mulher foi morta a facadas pelo namorado dentro de casa. O
homem, de 31 anos, foi preso no Hospital Municipal de Paulínia, para onde a
vítima, que era mais conhecida como Jade pelos amigos e pela família, foi
levada com ferimentos. O caso foi registrado como feminicídio.
O agressor tinha um relacionamento com a vítima há pouco
mais de oito meses. A mulher levou facadas no rosto, pescoço e peito, segundo
um dos delegados responsáveis pelo caso, Roney de Carvalho Lima. O feminicídio
teria ocorrido após uma discussão entre o casal e, em seguida, o acusado fugiu
do local em uma moto.
Vizinhos ouviram gritos e acionaram a polícia e o Corpo de
Bombeiros. Jade chegou a ser socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel
de Urgência) e foi levada gravemente ferida para o Hospital Municipal de
Paulínia, onde não resistiu.
O menino também estava na casa no momento do assassinato e
acabou vendo tudo. Ele ficou em estado de choque e foi acolhido por uma equipe
do Conselho Tutelar para atendimento psicológico.
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