Instituto de Previdência de Paulínia é alvo de 30 ações judiciais por descontos ilegais
Dezenas de servidores passaram a questionar o Pauliprev na Justiça no mês de novembro; argumento é que não deve haver contribuição sobre verbas não incorporáveis a proventos de aposentadoria
Da Redação | Tribuna Liberal
O Pauliprev (Instituto de Previdência dos Funcionários
Públicos Municipais de Paulínia) foi alvo de 30 ações judiciais somente em
novembro deste ano, segundo levantamento feito pelo Tribuna Liberal junto ao
TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). As ações, movidas por servidores
públicos, denunciam a prática de descontos previdenciários considerados ilegais
em seus salários, principalmente sobre verbas transitórias como horas extras,
adicionais de insalubridade e noturnos, que não integram a base de cálculo para
aposentadoria.
Servidores de Paulínia, amparados por decisões recentes do
STF (Supremo Tribunal Federal) e do TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo), contestam a incidência de contribuição previdenciária sobre
remunerações não incorporáveis à aposentadoria. Esse entendimento, consolidado
pelo STF, segundo as defesas, reforça que apenas parcelas que impactam os
proventos de aposentadoria devem ser tributadas.
No centro das ações está a alegação de que o Pauliprev
aplicou descontos previdenciários por anos sobre valores transitórios, como
horas extras e adicionais. Entre as ações protocoladas, destaca-se a de S.A.,
agente operacional do regime estatutário desde 1996. Sirlei aponta que o
instituto descontou de forma indevida verbas como horas extras, que não compõem
o cálculo da aposentadoria. A servidora sustenta na ação que, além de ferir a
legalidade, os descontos violam princípios constitucionais de justiça
tributária.
Baseada no artigo 13 da Lei Complementar Municipal 18/2001,
a ação de Sirlei também utiliza como fundamento o julgamento no qual o STF
decidiu que parcelas transitórias e não incorporáveis, como adicional de
insalubridade e horas extras, não podem ser objeto de contribuição
previdenciária.
As defesas destacam que o Tribunal de Contas do Estado já havia determinado que o Pauliprev revisasse cálculos de aposentadorias e estornasse valores descontados de forma irregular em proventos de servidores. No entanto, o problema persistiu, segundo advogados que atuam nos casos. A enxurrada de ações em novembro evidencia a insatisfação generalizada dos servidores municipais de Paulínia com os descontos do instituto previdenciário. O desfecho desses processos pode significar a devolução de milhares de reais a funcionários ativos e aposentados.
A reportagem não conseguiu contato com o Instituto de
Previdência para comentar as novas ações. Em outubro, o Tribuna Liberal revelou
os primeiros processos na Justiça contra o Instituto de Previdência dos
Funcionários Públicos de Paulínia em busca da devolução de valores descontados
indevidamente de suas remunerações.
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