Geral
Zezé Gomes anunciou a novidade na abertura da Conferência Municipal do Meio Ambiente

Hortolândia terá Departamento de Ações Climáticas, anuncia prefeito

Da Redação | Tribuna Liberal

Hortolândia terá, em breve, equipe específica e especializada para cuidar das ações ambientais. O grupo vai compor o futuro Departamento de Ações Climáticas, que fará parte da Secretaria do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas da Prefeitura, e trabalhará em sintonia com a Defesa Civil Municipal, atualmente órgão da Secretaria de Segurança. A novidade foi anunciada pelo prefeito Zezé Gomes (Republicanos), durante a abertura da CMMA 2024 (Conferência Municipal do Meio Ambiente), promovida pela Prefeitura, nesta quarta-feira (4).

Aproximadamente cem pessoas, entre representantes da sociedade civil, servidores, secretários e demais gestores de diversas secretarias municipais, lotaram o teatro da Escola de Artes Augusto Boal, no Jardim Amanda II, para discutir sobre “Emergência climática: o desafio da transformação ecológica”. O tema em foco está relacionado a eventos climáticos recentes que afetaram o Brasil, entre eles ondas de calor, a seca histórica na Amazônia e no Pantanal, tempestades em São Paulo e chuvas torrenciais que levaram à inundação de diversas cidades na Região Sul.

“Na área ambiental, é preciso ser ativista 24 horas por dia. A questão ambiental é para todos os vieses. É o dia a dia nosso. Às vezes, o discurso é lindo, mas a prática é horrível. A gente precisa cada vez mais se juntar e monitorar. Vamos ver a questão histórica, lá da emancipação da cidade. Hortolândia não tinha rede de esgoto e hoje é uma cidade que tem 99% do esgoto coletado e 100% tratado. A questão ambiental não é só plantar árvores. Tem o trabalho de contenção de enchentes com os piscinões, feitos pela Prefeitura para evitar inundações; os inventários das mais de 100 nascentes e de todas as espécies arbóreas da cidade e todo o trabalho de cidade inteligente e sustentável, com usinas fotovoltaicas, que estamos fazendo; e o cinturão verde, recuperando os mananciais da cidade. Agora, na nossa Secretaria de Meio Ambiente, vamos fazer ainda mais. Vamos colocar ações climáticas. A nomenclatura vai ser Secretaria do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas. Vai ter um Departamento que vai cuidar das questões climáticas, que vai ficar lincado com a Defesa Civil e vai cuidar disso, inclusive com pessoas formadas na área. É esse diferencial que nós precisamos e vai fazer a diferença na cidade”, afirmou Zezé Gomes.

Após a fala das autoridades, os trabalhos começaram com a palestra do engenheiro químico pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) Marcos Iorio, lixólogo com especializações em Tecnologia e Gestão Ambiental (USP-Universidade de São Paulo), Inovação, Biomimética (Biomimicry for Innovation, Bio-Inspirations e Nous) e Design Thinking e também vice-reitor do Centro de Ciência e Desenvolvimento – Circula – da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa Científica do Estado de São Paulo).

“As condições para manter a vida na Terra são tênues”, alertou Iorio, apresentando aos presentes o conceito de “Limites planetários”, que constam em um estudo feito em 2009 (e atualizado em 2023) por cientistas do Stockholm Resilience Centre (Centro de Resiliência de Estocolmo, na Suécia). Trata-se de nove parâmetros ou nove ‘Fronteiras Planetárias’ que delimitam quais são “os limites seguros para a pressão humana sobre os nove processos críticos que, juntos, mantêm uma Terra estável e resiliente”, segundo o artigo científico.

São eles: Mudança climática, Entidades novas (substâncias e produtos químicos sintéticos como microplásticos, materiais radioativos, organismos geneticamente modificados, dentre outros), Depleção do ozônio estratosférico (afinamento da camada), Carga de aerossol atmosférico, Acidificação oceânica, Modificação de fluxos biogeoquímicos, Mudança de água doce, Mudança no sistema terrestre e Integridade da biosfera.

Para o palestrante, em tempos de crise e desrespeito continuado aos limites planetários, é preciso trilhar o caminho do ‘Ecodesign’, ou seja, desenhar sistemas de resiliência para a vida na nossa casa. “É hora de perguntar à natureza: o que fazer para cuidar da nossa casa planetária?”, disse Iorio. Ao final da CMMA foram eleitos os delegados que representarão Hortolândia na Conferência Estadual. As propostas locais sobre o tema central subsidiarão a implementação da Política Nacional sobre Mudança do Clima, dentro de cinco os eixos de debate.

Deixe um comentário