Famílias protestam contra despejos no Jardim São Sebastião, em Hortolândia
Apesar da ação de despejo ter sido suspensa, ato foi realizado para pedir solução definitiva ao impasse, já que famílias têm recebido notificações de reintegração de posse; caso envolve mais de 200 pessoas no bairro
Moradores do Jardim São Sebastião, em Hortolândia,
realizaram um protesto na manhã desta terça-feira (24), contra os despejos que
ameaçam famílias na região. A manifestação ocorreu na Rua das Roseiras, após um
morador ter sido notificado judicialmente para deixar o imóvel. A possibilidade
de despejo atinge cerca de 200 pessoas no bairro. Apesar de a ação de despejo
ter sido suspensa, moradores mantiveram o ato como forma de pedir uma solução
definitiva ao impasse.
Givaldo dos Santos, morador há mais de 20 anos no São
Sebastião, seria despejado nesta terça, mas sua defesa entrou com recurso na
Justiça e conseguiu adiar a saída da casa. Ele lamenta o fato de não ter para
onde ir. “É uma falta de respeito o que estão fazendo com o pessoal do bairro São
Sebastião”, disse Dany Lauria, nas redes sociais. Deivid Ribeiro classificou a
situação como “covardia”.
“Os moradores não irão se calar. Queremos justiça por todos
que sofrem com essa situação”, disse outro morador nas redes sociais. Durante o
protesto, um caminhão de mudança chegou a ir ao local, mas por conta da
manifestação e da suspensão temporária do despejo, foi embora. A reportagem
apurou que a defesa de moradores apresenta novos documentos na Justiça, como o
Habite-se, com objetivo de impedir ou adiar os despejos.
As famílias do Jardim São Sebastião enfrentam ações de
reintegração de posse, após empresas privadas adquirirem, junto à Caixa
Econômica Federal, direitos creditórios de imóveis pertencentes a uma antiga
construtora. O que revolta os moradores é a forma como as intimações chegaram:
com prazos curtos, exigindo, em alguns casos, pagamentos à vista de até R$ 190
mil, sob pena de despejo.
A Prefeitura de Hortolândia não é parte nos processos
judiciais, uma vez que a área é de domínio privado, mas reconhece a gravidade
social do caso. Segundo a administração municipal, estão em andamento ações
para intermediar diálogo com a Defensoria Pública, o Ministério Público e o
Judiciário. Também foi iniciado um levantamento social das famílias, visando
possível inclusão em programas habitacionais, conforme critérios legais.
Além disso, a Prefeitura estuda a viabilidade jurídica e
técnica de regularização fundiária da área, caso exista respaldo legal.
Moradores também já protestaram na Câmara Municipal de Hortolândia, solicitando
apoio dos vereadores e maior visibilidade ao caso.
O deputado estadual Dirceu Dalben (Cidadania) promoveu uma
reunião recentemente junto a Caixa Econômica a fim de buscar uma solução para a
situação. O parlamentar defende a regularização fundiária no bairro.
Deixe um comentário