Sindicato quer abertura de Comissão Processante para apurar problemas estruturais nas escolas de Paulínia
Entidade cobra segurança para trabalhadores e estudantes em meio a série de falhas denunciadas também ao Ministério Público do Trabalho
Da Redação | Tribuna Liberal
O Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal
de Paulínia (STSPMP) protocolou, no dia 15 de outubro, um pedido formal à
Câmara de Vereadores de Paulínia para a abertura de uma Comissão Processante
para apurar a situação precária das unidades escolares da cidade. O documento
foi entregue ao presidente da Casa, vereador Edilsinho Rodrigues
(Solidariedade), e reforça uma luta antiga pela segurança dos trabalhadores e
estudantes.
De acordo com o sindicato, problemas estruturais como
rachaduras, barreiras expostas, falta de ventilação adequada, excesso de calor
nas salas, falta de ar-condicionado e ausência de segurança nos prédios ameaçam
a integridade da comunidade escolar. A situação foi agravada no dia 9 de
outubro, quando o teto de drywall de uma sala da Escola Municipal Leonor
Jacinto de Campos Pietrobom cedeu, ferindo duas funcionárias. Embora os danos
tenham sido leves, o incidente trouxe à tona falhas de infraestrutura que
colocam em risco os servidores e estudante.
Teto de drywall da EM Leonor Jacinto de Campos Pietrobom cedeu, ferindo duas funcionárias
O sindicato informou que o MPT (Ministério Público do Trabalho) acolheu a denúncia sobre os problemas estruturais das unidades escolares da rede municipal. A audiência com a prefeitura, segundo a entidade, foi agendada para terça-feira (29) e tem como objetivo apurar as irregularidades e cobrar soluções concretas a fim de garantir a segurança e o bem-estar de alunos e servidores da Educação.
DENÚNCIAS RECORRENTES E PERSISTENTES
O sindicato já havia alertado a prefeitura e a Cipa
(Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) para as condições de segurança das
escolas. “Nosso sindicato tem um papel fundamental na defesa dos interesses dos
servidores de Paulínia, seja nas questões salariais ou na segurança do
trabalho. Por isso, seguimos exigindo a purificação urgente de todas as
situações elencadas das unidades escolares. Queremos que o Legislativo cumpra
com o seu papel e fiscalize o Executivo, para evitar que ocorram tragédias”,
afirmou Cláudia Pompeu, presidente do STSPMP.
A criação da Cipa em Paulínia foi uma conquista do sindicato junto ao Ministério Público do Trabalho, oficializada em janeiro de 2023. Desde então, a Comissão tem monitorado e reportado as condições das escolas. No entanto, mesmo com relatórios detalhados, as melhorias prometidas pela administração pública ainda não foram realizadas.
RELATÓRIOS DA CIPA
As escolas Nelson Aranha e Angelo Carossa Filho são exemplos
da grave situação enfrentada na rede municipal de Paulínia. Em 4 de dezembro de
2023, a Cipa registrou um protocolo na prefeitura, apontando rachaduras, queda
de reboco, problemas com luzes, calor extremo, ferrugem, e falta de medidas de
segurança, como extintores e hidrantes.
Na Angelo Carossa Filho, foi constatada uma controvérsia
exposta, janelas quebradas, ventilação insuficiente, e a falta de uma rota de
fuga em caso de incêndio. Esses problemas foram detalhados à prefeitura em 20
de dezembro de 2023, sem que houvesse resposta efetiva.
Outro protocolo encaminhado pela Cipa em 30 de novembro de
2023, descrevendo situações de risco adicionais, como fios expostos e
superaquecidos, infiltrações no quadro de energia e o armazenamento inadequado
de materiais inflamáveis. Apesar das constantes cobranças, o STSPMP afirma que
a administração municipal tem conhecimento das denúncias, seja pela imprensa,
seja pelos relatórios da Cipa e do sindicato, mas não tomadas providências.
REIVINDICAÇÕES E APOIO
O STSPMP exige medidas imediatas, destacando que a precariedade das condições nas escolas prejudica a qualidade da educação e coloca em risco a integridade física de todos os envolvidos. “Exigimos condições dignas e seguras para os trabalhadores e para as crianças que frequentam essas escolas todos os dias”, completou Cláudia Pompeu.
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