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Welson Soares é Graduado em Direito pela Faculdade Anhanguera e atua como advogado Criminal

Coluna Justiça em Foco – Por Welson Soares*

QUEM TEM RAZÃO NO AVIÃO? DISPUTA LEVANTA DEBATE SOBRE ASSENTOS PAGOS E DIREITO À IMAGEM

Nos últimos dias, um vídeo gravado dentro de um avião viralizou nas redes sociais e gerou intensa repercussão. Nele, uma passageira, Jeniffer Castro, foi filmada sem consentimento enquanto se recusava a trocar de assento com uma criança.

A cena, compartilhada inicialmente como crítica à postura da jovem, tomou um rumo inesperado: a exposição gerou um debate sobre direitos do consumidor, privacidade, ética digital e linchamento virtual.

O QUE ACONTECEU?

O incidente ocorreu em um voo da companhia aérea Gol. Jeniffer estava sentada em um assento próximo à janela, na categoria “Conforto”, que exige pagamento adicional. A confusão começou quando a mãe de uma criança pediu a troca de lugar para atender ao desejo do filho de sentar naquele assento. Jeniffer recusou, alegando seu direito, já que havia pago pelo espaço.

A situação ganhou contornos mais graves quando uma outra passageira, que não fazia parte da discussão, começou a gravar Jeniffer e a criticá-la publicamente, chamando-a de “repugnante” por sua “falta de empatia”. O vídeo foi postado pela filha da mãe da criança e rapidamente viralizou. Jeniffer, que tentou ignorar as críticas no momento, foi exposta a milhares de comentários e mensagens, inclusive ameaças, o que a levou a tomar medidas legais.

O DIREITO AO ASSENTO PAGO

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a escolha de assentos em voos pode estar sujeita a taxas adicionais, como foi o caso do assento “Conforto” adquirido por Jeniffer. A legislação não obriga os passageiros a cederem seus lugares, mesmo em situações envolvendo crianças.

A portaria nº 13.065/SAS da Anac estabelece que menores de 16 anos devem viajar ao lado de um responsável, mas não impõe a troca de assentos entre passageiros como solução. No caso de preferências por locais específicos, cabe ao responsável adquirir previamente os lugares desejados.

DIREITO À PRIVACIDADE E EXPOSIÇÃO DIGITAL

Embora o vídeo tenha sido gravado em um local público, como o avião, a publicação das imagens sem autorização caracteriza violação do direito à imagem, protegido pela Constituição Federal (art. 5º, inciso X) e pelo Código Civil (art. 20). A exposição não autorizada, especialmente com críticas ou comentários vexatórios, pode gerar indenização por danos morais e até configurar crimes como difamação e injúria.

Segundo especialistas, o uso irresponsável de conteúdos digitais, como vídeos ou fotos sem consentimento, reforça o fenômeno do linchamento virtual. Nesse contexto, a vítima pode sofrer consequências graves, desde danos à sua reputação até ameaças à segurança pessoal, como relatado por Jeniffer.

CONSEQUÊNCIAS LEGAIS E O QUE FAZER DUANTE DA EXPOSIÇÃO

Jeniffer Castro já afirmou que medidas legais estão sendo tomadas. Quem se encontrar em situação semelhante pode adotar os seguintes passos:

Solicitação de remoção: Notificar extrajudicialmente as plataformas para exclusão do conteúdo.

Coleta de provas: Registrar capturas de tela e o link do vídeo para garantir provas da exposição.

Ação judicial: Procurar a Justiça para pleitear indenização por danos morais ou exigir a retirada definitiva do conteúdo.

Boletim de ocorrência: Formalizar o caso como possível crime de difamação ou injúria.

REFLEXÃO SOBRE DIREITOS E CONVIVÊNCIA

O episódio destaca a importância de respeitar direitos individuais, como o direito de escolha do assento e o direito à privacidade, mesmo em locais públicos.

Além disso, evidencia os desafios éticos no uso das redes sociais, onde episódios comuns podem ser amplificados a níveis globais em questão de horas. Com o crescimento das plataformas digitais, é essencial equilibrar o exercício da liberdade de expressão com o respeito aos limites legais e éticos. No final, a convivência em sociedade exige empatia, mas também consciência sobre o que a lei permite e protege.

Fique atualizado sobre as principais notícias relacionadas ao mundo jurídico, acompanhando nossa coluna “Justiça em Foco”. Até a próxima!

*Welson Soares é Graduado em Direito pela Faculdade Anhanguera, atua como advogado Criminal no renomado Escritório Andressa Martins Advocacia, localizado na cidade de Sumaré, há mais de 17 anos. Pós-graduando em Direito Penal e Processo Penal.

Email: andressa@andressamartins.adv.br 

Instagram: @andressamartinsadvocacia

End.: Rua Ipiranga, 234, Centro, Sumaré / SP

Fone (19) 3873-5839 / 99177-2504 

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